Produtos de primeira necessidade como o pão vão ter preços aumentados em 2012. A indústria panificadora prevê quebras acentuadas de vendas, devido à subida do IVA na restauração, e vai tentar compensar as perdas com um aumento do preço do pão e dos bolos. Graça Calisto, presidente da principal associação do setor, considera que o aumento do imposto é “um descalabro” que vai gerar “desemprego”.
Ano novo, preços novos nas padarias, restaurantes e pastelarias. A Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares não adianta dados sobre os aumentos do preço do pão, mas entende essa medida como necessária para reagir ao novo quadro fiscal que a restauração enfrenta, com o fim da taxa intermédia de IVA e o aumento para a taxa normal.
Essa medida, inscrita no Orçamento de Estado, irá provocar uma perda estimada em 40 por cento nas vendas desta indústria, o que será compensado com um reajustamento do preço do pão e dos bolos, em 2012.
Em declarações à agência Lusa, Graça Calisto, presidente daquela associação, refere que o aumento do preço não representará maiores lucros, mas permitirá que a indústria não acumule “prejuízos”. Nesse sentido, há que “acomodar a subida do IVA na restauração”, que sobe de 13 para 23 por cento, no próximo ano.
Graça Calisto considera que a medida do Governo em retirar a taxa intermédia na restauração “é um descalabro”, que vai afetar a área da panificação, uma vez que esta indústria está ligada aos restaurantes e vai ficar extremamente prejudicada com o novo quadro fiscal do setor.
Esse aumento do IVA surge num momento em que já se verifica uma diminuição do consumo na ordem dos “30 a 35 por cento na padaria e 40 a 45 na pastelaria”. Assim, resta “fazer correções” nos preços: aumentá-los.
Aquela responsável considera que o aumento do IVA “vai gerar desemprego”, uma vez que os clientes da indústria não têm capacidade para aguentar os negócios. “Já há casas a fechar”, realça. A complicar o quadro da panificação está o elevado preço dos cereais, que valorizou, em reação ao investimento em matérias-primas, perante mercados instáveis.
