Mais uma violação coletiva na Índia, com uma jovem de 20 anos a ser vítima do crime, levado a cabo por 12 homens. A violação foi ordenada por um conselho tribal, que quis punir uma relação amorosa entre essa jovem e um homem.
A vítima e o homem – que mantinham uma relação amorosa – foram encontrados no início da semana. O homem pertence a uma comunidade diferente, sendo que a relação não é permitida. Como a família da jovem não pôde pagar a multa, a violação coletiva foi a sentença determinada.
De acordo com o Jornal de Notícias, um “conselho local ordenou a punição na noite de terça-feira”, depois de uma “reunião de emergência” em Subalpur, situada na localidade de Bengala. “A jovem e o amante foram amarrados a duas árvores durante a reunião na praça da localidade”, escreve ainda o jornal.
Depois, o mesmo conselho determinou que a jovem fosse punida com uma violação coletiva, informa a polícia local, nesta quinta-feira.
Entretanto, a Comissão Nacional para a Defesa das Mulheres já condenou este crime, apontando o dedo a estes conselhos tribais, que atuam fora da lei e exercem um poder muito forte nas comunidades indianas.
“Ninguém tem o direito de ordenar a violação de uma mulher. Isto é ilegal e os responsáveis por este crime têm de ser punidos. A vítima tem direito a que seja feita justiça”, realça, em declarações reproduzidas pelo Expresso, Nirmala Prabhavalkar, membro da Comissão Nacional para a Defesa das Mulheres.
Doze pessoas foram detidas pela polícia, algumas das quais reconhecidas pela vítima. A jovem teve de receber tratamento hospitalar e ficou internada.
O crime de violação coletiva é muito recorrente, na Índia, ainda que este caso seja diferente, já que foi ordenado por um órgão.
Recorde-se que há poucos dias ocorreram outros casos de violações naquele país, com uma turista estrangeira e outra jovem que dormia num comboio a serem alvo de agressores. O país está revoltado com esta onda de violações que parece não ter fim à vista e que serve agora de punição, sobre as próprias vítimas.
No entanto, já com a Índia sensibilizada para esta brutalidade, ocorreu recentemente uma brutal agressão, que vitimou uma adolescente indiana.
Entre o dia 26 de outubro e 31 de dezembro, a adolescente de Madhyagram (cidade localizada a cerca de 245 quilómetros de Calcutá) viveu uma série de pesadelos, que culminaram com a sua morte, queimada viva por suspeitos das violações que a menina denunciou.
A história da morte desta adolescente indiana começa a contar-se em outubro, quando um grupo de homens –seis violadores, pelo menos – a atacou perto da sua casa.
Segundo conta a AFP, a menina, de 16 anos, não se intimidou e apresentou queixa na polícia, logo no dia seguinte. No regresso a casa, voltou a ser vítima de uma violação coletiva, levada a cabo por um número indeterminado de homens.
Os violadores da adolescente souberam que a menor apresentou queixa e perpetraram outro ataque. No dia 23 de dezembro, atearam fogo em casa da menina, provocando-lhe ferimentos graves. A vítima resistiu nesta batalha pela vida durante alguns dias, mas viria a morrer, a 31 de dezembro, depois de duas violações e de ter sido queimada viva.
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