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Índia quer isolar Paquistão da comunidade internacional após ataque em Caxemira

A Índia anunciou hoje que serão tomadas “todas as medidas diplomáticas possíveis” para isolar o Paquistão da comunidade internacional, depois de encontrar “provas indiscutíveis” de seu envolvimento no ataque de quinta-feira na Caxemira indiana.

“O Ministério das Relações Exteriores iniciará todas as medidas possíveis, e eu refiro-me a todas as medidas diplomáticas necessárias para garantir o completo isolamento do Paquistão na comunidade internacional”, disse o ministro das Finanças, Arun Jaitley, à saída de uma reunião ministerial.

As autoridades aumentaram hoje de 37 para 41 o número de membros das mortos no atentado suicida que ocorreu quinta-feira na Caxemira indiana e que vitimou membros das forças de segurança, tornando-se no mais mortífero ataque desde 2002.

Reivindicado por um grupo islâmico, o atentado-suicida foi perpetrado com uma carrinha carregada de explosivos que explodiu perto de uma coluna de 78 veículos transportando cerca de 2.500 membros da Central Reserve Police Force (CRPF), uma força paramilitar.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, condenou “um ataque odioso”.

“O sacrifício dos nossos bravos membros das forças de segurança não será em vão”, acrescentou Modi, na rede social Twitter.

O grupo islâmico Jaish-e-Mohammed, sediado no Paquistão, reclamou a autoria do atentado, ocorrido numa autoestrada, a cerca de 20 quilómetros de Srinagar.

Em 2001, um atentado-suicida em Srinagar com um veículo armadilhado que fez 40 mortos, incluindo os três autores, e cujo alvo era o parlamento local, foi também cometido pelo Jaish-e-Mohammed.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano acusou de imediato o Paquistão num comunicado: “Este ato ignóbil e odioso foi cometido pelo Jaish-e-Mohammed, uma organização terrorista sediada no Paquistão e por ele apoiada”.

“A Índia tem a firme intenção de tomar todas as medidas necessárias para preservar a sua segurança nacional”, advertiu, acrescentando: “Exigimos que o Paquistão pare de apoiar os terroristas e os grupos terroristas que operam a partir do seu território”.

O Paquistão rapidamente negou qualquer envolvimento no atentado.

“Rejeitamos firmemente qualquer insinuação por elementos da comunicação social e do Governo indianos que tentem ligar o ataque ao Paquistão sem que tenha havido uma investigação”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros paquistanês.

A região de Caxemira é reivindicada tanto pela Índia como pelo Paquistão desde o fim da colonização britânica, em 1947. O total das forças indianas na parte controlada por Nova Deli é estimado em cerca de 500.000 efetivos.

Uma rebelião separatista mortífera destabiliza a Caxemira indiana desde 1989. A Índia acusa o Paquistão de apoiar de forma dissimulada as infiltrações na sua parte do território e a própria revolta armada, o que Islamabad sempre negou.

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