Os impostos podem aumentar. O primeiro-ministro, Passos Coelho, afirmou que a intenção do Governo é não “sobrecarregar mais os portugueses”, mas admite “tomar uma ou outra decisão” para subir a carga fiscal “se ela tiver de ser adotada”.

Pedro Passos Coelho veio hoje clarificar o discurso do Governo. Numa altura em que a troika avalia, pela quinta vez, a aplicação do programa de assistência financeira, aumentam os rumores de que, para cobrir o défice, os impostos terão de voltar a subir. O primeiro-ministro garantiu que não é essa a intenção do executivo, mas admitiu “tomar uma ou outra decisão” que agrave as condições de vida dos portugueses, “se ela tiver de ser adotada”.

“Todos desejaremos, não tenho dúvida nenhuma, ultrapassar as nossas dificuldades sem sobrecarregar mais os portugueses com impostos, mas nenhum de nós – rigorosamente nenhum de nós – está em condições de dizer que não vai tomar uma ou outra decisão se ela tiver de ser adotada”, explicou Passos Coelho.

Será uma medida de último recurso, garantiu o governante, pois “há muito tempo” que “a carga fiscal em Portugal é muito elevada”. Os impostos são matéria da competência do Governo, mas o primeiro-ministro sublinhou que o atual quadro macroeconómico não permite “fazer qualquer alívio da carga fiscal”.

“Espero ter contribuído para pôr um ponto final em notícias públicas que dão conta de que é possível fazer umas coisas ou não é possível fazer outras, porque nós não estamos, no domínio das possibilidades, a fazer discussões sobre aquilo que desejaríamos ou que gostaríamos, mas sobre aquilo que temos de fazer. Isso será conhecido em seu devido tempo quando o próprio Governo, no seu todo, de forma coesa, divulgar perante o país as suas conclusões”, assegurou Passos Coelho.