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Impostos descem em Itália como “sinal” de melhores dias

renzi 210renziO novo primeiro-ministro italiano garante que vai descer, a partir de maio, os impostos para quem ganha menos de 1500 euros por mês. A medida, que abrange 10 milhões de contribuintes, é “um sinal às famílias que os dias lutam para sobreviver”, explica Matteo Renzi.

As reformas do Estado em Itália começam com uma descida da carga fiscal. Matteo Renzi, o novo primeiro-ministro, afirmou ontem que vai baixar o imposto sobre o rendimento (equivalente a nosso IRS), já a partir de maio, para quem receba menos de 1500 euros por mês.

Serão cerca de 10 milhões os contribuintes a beneficiar de uma medida apresentada como “um sinal” de que a austeridade não é eterna.

“Vamos começar por eliminar o excesso de burocracia e enviar um sinal às famílias que todos os dias lutam para sobreviver”, afirmou Matteo Renzi.

“Esta é uma operação que classifico de histórica”, acrescentou o primeiro-ministro, de 39 anos, quando explicava o pacote de reformas que o novo Governo quer implementar.

“A 27 de abril, os trabalhadores terão 100 euros a mais nos salários. Queremos distribuir este dinheiro de maneira a que quem ganhar 1200 ou 1300 euros por mês possa dar algo mais à família. Quero que um pai possa dar 20 euros ao filho para que vá comer uma pizza ou que uma mãe tenha 50 euros mais para comprar qualquer coisa que deseja já há algum tempo”, explicou Renzi.

“Isto é ser de esquerda”, reforçou: “e a medida mais de esquerda dos últimos anos, oferecer a quem tenha baixos rendimentos mais 1000 euros por ano”.

Para baixar os impostos e relançar o consumo interno, com o intuito de estimular a economia, Renzi terá de resolver a inerente queda nas receitas fiscais. De acordo com o antigo autarca de Florença, o Orçamento de Estado será equilibrado com um corte nas despesas.

Apostando na reforma da Administração Pública como um dos ‘cavalos de batalha’ do mandato, o primeiro-ministro anunciou ainda a descida de 10 por cento nos impostos regionais aplicados ao pequeno comércio e um corte de 10 por cento no custo da eletricidade para as pequenas empresas.

“No próximo semestre, a Itália guiará a Europa e pensamos que será absolutamente fundamental trabalhar não só para mudar a Europa, mas para mudarmo-nos a nós próprios”, sustentou.

Nova lei eleitoral

No mesmo dia em apresentou a iminente descida da carga fiscal, Matteo Renzi registou a primeira grande vitória desde que tomou posse.

A câmara baixa do Parlamento italiano aprovou, ontem, a reforma da lei eleitoral, com um total de 365 votos a favor e 156 contra. O projeto sobe agora da Câmara de Deputados ao Senado.

O triunfo de Renzi foi ‘permitido’ por Berlusconi, uma vez que o Governo teve de chegar a acordo com o líder da Forza Italia para garantir o sucesso na votação.

Com a nova lei eleitoral, a Itália poderá ganhar uma maior estabilidade legislativa. O novo quadro político aponta para um reforço do bipartidarismo, minorando as hipóteses dos muitos partidos de pequena dimensão, que chegam ao poder em coligações, fazerem cair um executivo.

Foi ainda definido um novo patamar para a maioria absoluta: 37 por cento. Quando algum partido ou coligação passarem essa barreira, os segundo e terceiro mais votados vão a uma segunda volta para definir o vencedor.

A proposta de lei passou na Câmara de Deputados, mas agora vai ser votada num Senado que quer eliminar. Se a nova lei eleitoral for aprovada, o Senado desaparece para dar lugar a parlamentos regionais.

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