Ihor foi atado com fita adesiva, amarrado com lençóis e algemado de barriga para baixo
Os depoimentos na segunda sessão do julgamento do homicídio de Ihor Homeniuk revelaram que o cidadão ucraniano foi primeiro atado com fita adesiva, depois amarrado com lençóis e por fim algemado de barriga para baixo.
Filipe Cardoso, o segundo inspetor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) a ser ouvido em tribunal, declarou que encontro Ihor Homeniuk atado com fita adevisa.
“Libertei-o e confrontei o vigilante com questão das fitas. Ele disse que tentaram que não causasse mal a si próprio e que estava a mandar-se contra as coisas”, sustentou o inspetor, que então amarrou Ihor com lençóis.
O inspetor Bruno Francisco, que tinha sido ouvido antes, tinha dito que o cidadão ucraniano foi descrito como “bastante violento” pelos “vigilantes”, mas encontrou-se “calmo e sereno”.
Bruno Antunes, o terceiro inspetor do SEF a ser ouvido hoje, disse ter encontrado Ihor “em cima de um colchão, com as mãos algemadas”.
Quando questionado pela procuradora, acrescentou que o cidadão ucraniano estava algemado “de barriga para baixo”, sem quaisquer “marcas ou hematomas”.
Esta declaração vai de encontro ao relatório da autópsia, que indiciou ter havido asfixia quando Ihor foi algemado com as mãos atrás das costas, colocado de barriga para baixo e pressionado contra o chão.
No julgamento da morte de Ihor Homeniuk os inspetores do SEF Luís Silva, Bruno Sousa e Duarte Laja estão acusados de um crime de homicídio qualificado em coautoria, com Duarte Laja e Luís Silva a responderem ainda por um crime de posse de arma proibida.