Inglaterra não aceitou que as mulheres possam ser ordenadas bispos, ontem, com a Igreja a chumbar a proposta que defendia esse direito. A maioria maioria do clero, biscos e fiéis manifestou-se a favor, mas acabou por não conseguir os dois terços necessários, no Sínodo Geral da Igreja de Inglaterra.

Igreja anglicana chumbou a hipótese de ordenar as mulheres bispo, apesar de a proposta que o defendia ter merecido o apoio de uma maioria do clero, arcebispos e órgãos que representam os fiéis.

Essa proposta necessitava de dois terços de bispos, clero e fiéis, cada um dos colégios do Sínodo Geral da Igreja de Inglaterra. A maior parte estava a favor da abertura do cargo às mulheres, mas esses dois terços não foram atingidos.

A reforma na hierarquia da Igreja anglicana foi assim chumbada, não obstante os bispos e o clero se terem manifestado a favor. Também no colégio dos fiéis se assinalou uma maioria que pretendia permitir às mulheres serem ordenadas bispos, mas os 132 votos a favor não chegaram para completar dois terços, em virtude dos 74 votos contra.

O debate que pretendia fazer esta reforma na Igreja inglesa foi intenso, já que o tema provoca visões distintas. Há duas décadas, altura em que as mulheres puderam ser ordenadas sacerdotes, que o assunto provoca discórdias.

Grandes nomes da Igreja de Inglaterra, como Justin Welby, que inicia funções de primaz da Igreja no próximo mês, assim como o arcebispo Rowan Williams, que vai cessar funções em dezembro, pretendiam abrir o bispado às mulheres.

Hoje, os arcebispos vão discutir esta decisão tomada ontem. Note-se que o arcebispo primaz da Igreja de Inglaterra é considerado chefe espiritual dos anglicanos, em todo o mundo. As mulheres norte-americanas, canadianas e australianas já podem, no entanto, ser ordenadas bispos. Na semana passada, África do Sul decidiu abrir as portas do bispado às mulheres. Assim, o veto determinado em Inglaterra poderá ter consequências.