Idosos residentes nos Açores são os que têm melhor qualidade de vida

Os idosos que residem no arquipélago dos Açores tendem a envelhecer melhor, devido às relações com a vizinhança, proximidade com a família e uma rede de apoio que diminui o isolamento.

“Penso que nos Açores se envelhece melhor, porque há relações de vizinhança, relações sociais de identificação. As pessoas são mais sinalizadas, os casos são mais sinalizados e a rede social e o Governo [Regional] também contribuem para minimizar o isolamento”, explicou Teresa Medeiros, docente na Universidade dos Açores, em declarações à agência Lusa.

A docente chegou a esta conclusão após um estudo que faz parte do livro da sua autoria “(Re)pensar as pessoas idosas no século XXI”, que será lançado na próxima terça-feira, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Este estudo teve a participação de 320 idosos, entre os quais 200 mulheres e 120 homens, com mais de 60 anos, residentes nas ilhas de São Miguel, Santa Maria, Terceira e Flores, revelando que cerca de 80 por cento dos participantes vive acompanhado, não está institucionalizado e já se encontra na reforma.

“Avaliámos a perceção da satisfação com a reforma na vida pessoal e verificámos que 50,7% das pessoas estão satisfeitas ou mesmo muito satisfeitas (33,1%). As fontes de suporte e apoio afetivo na situação atual são a família e/ou os amigos”, explicou a psicóloga.

Para além disto, segundo a docente, “as pessoas estão mais ou menos sinalizadas e têm apoios governamentais e familiares”, pelo que ainda se destaca “a vivência da religião”.

Teresa Medeiros também considera fundamental “investir na prevenção e nas atividades de estimulação e de bem-estar que proporcionem uma atividade cerebral intensa para reduzir ou minorar o envelhecimento com demência”.

A mesma defende que “o envelhecimento não é mais que um processo de mudanças que se operam ao longo do tempo”, pelo que é “possível encontrar maior bem-estar psicológico junto das pessoas que têm atividades de estimulação cognitiva e social”.