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Hyundai Portugal apresentou-se em Leixões para vencer o ‘Nacional’ de Ralis

Foi em pleno Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões que o Team Hyundai Portugal se apresentou para o Campeonato de Portugal de Ralis 2019.

Já se sabia que a maior novidade da equipa era integração de Bruno Magalhães aos comandos do segundo i20 R5, pelo que a maior expetativa se centrava naquilo que os protagonistas tinham para dizer sobre esta segunda época da equipa que representa a marca coreana no CPR.

Fotos: Ricardo Cachadinha

Sérgio Ribeiro, responsável pela o Team Hyundai Portugal, é claro quanto aos objetivos da equipa: “A prioridade é muito naturalmente vencer novamente o campeonato, fazendo tão brilhantemente quanto o fizemos em 2018. É bom não esquecer que para além do título do Armindo Araújo conseguimos ganhar quatro provas e subir ao pódio em seis. Além disso terminamos todos ralis. O que prova a fiabilidade do i20 R5”.

“A entrada do Bruno Magalhães é um importante reforço para a equipa. O seu palmarés dispensa apresentações e equipara-se nacional e internacionalmente ao do Armindo Araújo. Com esta equipa temos dois dos melhores pilotos de ralis de sempre, que entre si têm oito títulos nacionais. Iremos continuar a dar a liberdade a cada piloto de ter a sua própria estrutura, tal como sucedeu no ano passado”, destaca Sérgio Ribeiro.

O homem-forte da equipa que representa a marca coreana no ‘Nacional’ de Ralis tem já uma ideia das provas que cada um dos pilotos farão, uma vez que terão de excluir uma das que faz parte do calendário, como determinada o regulamento, mas adianta que ainda não foi tomada uma decisão.

“Temos uma ideia dos ralis que o Armindo e o Bruno irão fazer, mas queremos esperar por Fafe para perceber qual será o calendário de cada um. Digamos que a primeira prova do campeonato servirá como um rali para avaliar se o plano que idealizamos será o que melhor se enquadra. Mas o certo é que como Team Hyundai Portugal estaremos em todas as provas do campeonato”, remata Sérgio Ribeiro.

Nova ‘aquisição’ da equipa, Bruno Magalhães fala da forma como surgiu neste projeto: “Há três anos queria regressar aos ralis nacionais, mas não havia Hyundai. Por isso posso dizer que isto era um longo ‘namoro’ que tinha com a marca. Agora felizmente concretizou-se a possibilidade de me juntar à equipa. Depois de ficar sem possibilidades de continuar no ‘Europeu’ procurei formas de poder voltar a competir no nosso país, e isto veio mesmo a calhar”.

“O Hyundai é um carro muito bem ‘nascido’. Provou ao longo de 2018 que é fiável e rápido. Muito equilibrado em vários tipos de piso, por isso esta acabou por ser uma escolha natural. A única coisa que espero é adaptar-me tão bem ao i20 R5 como me adaptei a todos os carros que guiei até agora em ralis. Penso que não terei qualquer problema em fazê-lo”, diz o piloto de Oeiras.

Bruno Magalhães refere também que a rivalidade que terá dentro da equipa com Armindo Araújo é bastante saudável: “O Armindo é o piloto que toda a gente sabe o que vale. Respeito-o e admiro-o imenso. Provou no ano passado na forma como alcançou o título e na forma como correu no Algarve. Será sem dúvida o primeiro adversário a bater, num campeonato que também está recheado de outros grandes pilotos. A nossa luta só servirá para condimentar mais a competição. O que só pode ser positivo”.

Embora esteja há algum tempo afastado das competições nacionais, o piloto de Oeiras tem preferência por alguns ralis, mas garante que a escolha das provas a realizar não será ditada por esse facto. “Nunca escondi que a prova de que mais gosto é o Rali da Madeira. Adoro aquela prova que já venci, como outras, e um dia quero lá regressar. Agora a escolha de quais os ralis a fazer vai depender muito da forma como me sentir ao volante do i20 R5 nos pisos de terra. É por isso que Fafe vai ser tão importante nesse aspeto”, esclarece Bruno Magalhães.

Armindo Araújo tem uma abordagem mais linear do seu segundo ano com o Team Hyundai Portugal: “Claro que vou para a nova época para conseguir um novo título. Sei que vai ser extremamente difícil, porque a concorrência vai ser muito forte. Já provamos que o podemos fazer. Eu acredito nisso. O i20 R5 provou ser um carro muito competitivo em qualquer tipo de piso”.

“Vou ter um carro novo, que está neste momento a ser preparado na Alemanha. Não terá novas evoluções mas vai ser novo. Penso que dizer que poderei obter mais êxito neste é difícil de dizer. E também não é fácil fazer melhor do que vencer metade dos ralis como fiz no ano passado. Claro que acredito que é possível, mas a conquista de um campeonato faz-se na gestão da corrida, na estratégia. A minha filosofia passa muito de saber quando atacar e quando defender, sendo que vou sempre adotar uma postura muito tática”, refere o piloto de Santo Tirso.

Armindo Araújo não deixou ainda de fora as duas grandes novidades no CPR 2019 em termos de regulamentares: “São novidades importantes e penso que muito positivas. Em boa hora a Federação decidiu em incluir uma especial de qualificação, que vai permitir que quem é mais rápido possa escolher a sua ordem de passagem. Isso é muito importante em ralis de terra, onde normalmente os melhores do campeonato iam a ‘limpar’ a estrada para os outros. Por outro lado a partir de agora um piloto não será penalizado por qualquer percalço que tenha numa super especial, um toque num passeio ou outra coisa qualquer. Que até aqui limitava muito um piloto de dar espetáculo”.

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