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Hungria quer mais gás e avisa a Ucrânia que vai cortar o abastecimento

gasodutoA Hungria vai deixar de abastecer a Ucrânia com gás. Com base num alegado e iminente aumento do consumo interno, o operador FGSZ comunicou a suspensão do fornecimento. A Ucrânia recorre à “legislação da UE” para obrigar os húngaros a “respeitar as obrigações contratuais”.

Sem poder contar com gás do lado oriental, devido à crise fronteiriça com a Rússia, a Ucrânia arrisca-se a ficar sem o fornecimento pela fronteira ocidental, depois da Hungria ter anunciado que vai suspender o abastecimento.

O operador público FGSZ revelou que necessita de reservas para responder a um iminente aumento do consumo interno, o que levou à necessidade de cortar no fornecimento para a Ucrânia por tempo indeterminado.

“Os clientes da rede têm-nos informado que, a partir de 26 de setembro, a procura de importação iria aumentar de maneira significativa”, revelou um comunicado emitido pela empresa húngara.

A FGSZ acrescentou que esse eventual aumento do consumo interno vai obrigar a uma intervenção num posto de gás fronteiriço, em Beregdaroc. Esses “trabalhos técnicos” são também apontados como motivo para a suspensão do fornecimento.

A decisão é vista como “inesperada e inexplicável” pela Naftogaz, a empresa estatal ucraniana que gere a distribuição de gás e a rede de gasodutos.

A Naftogaz “lamenta profundamente” que o corte no abastecimento tenha sido colocado em prática sem aviso prémio, ameaçando a Hungria com o recurso aos tribunais, tanto mais que o grupo ucraniano é responsável pelo fornecimento de gás a vários países europeus por gasodutos em território húngaro.

Num comunicado enviado por email à AFP, o grupo ucraniano exige que a FGSZ “respeite as obrigações contratuais e a legislação da União Europeia”, repondo o fluxo de gás em ambos os sentidos.

A decisão unilateral de suspender o fornecimento é, para a Ucrânia, “contrária aos princípios fundamentais do mercado único da energia da União Europeia”.

Da parte do operador húngaro veio um esclarecimento: desde março de 2013 que foram injetados na Ucrânia 16,8 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Só que esse volume, sustenta a FGSZ, “depende das condições técnicas e comerciais do momento”.

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