Um humorista francês foi condenado à prisão, com pena suspensa, por ter usado num espetáculo uma piada antissemita. Nessa obra, Dieudonné refere que o tráfico de escravos era “uma especialidade judaica”.
O humorista testou os limites no espectáculo ‘A besta imunda’, de 2014. Condenado em primeira instância (maio de 2016), Dieudonné M’bala M’bala recorreu, com o Tribunal de Recurso a condenar o humorista a dois meses de prisão, com pena suspensa, por injúria racial e incitamento ao ódio.
Em ‘A besta imunda’, Dieudonné apresenta-se como um detido na infame prisão de Guantánamo e discorre sobre os judeus, desde o tempo do comércio de escravos até ao Holocausto nazi.
“Estas são pessoas que têm alguma habilidade no adestramento dos negros, o tráfico de escravos era uma especialidade judaica no início. Isso contrasta com a imagem que nos ensinaram na escola, no infantário, no berçário, do judeu eternamente vítima, vestindo pijamas”, dizia o humorista, nesse espectáculo.
A decisão judicial relança o debate sobre os limites do humor, num momento em que um português, Rui Sinel de Cordes, é arrasado por ter feito uma piada com apresentadora portadora de deficiência.
O mesmo Tribunal de Recurso condenou Dieudonné num outro caso, que corria em paralelo, expulsando a sociedade do humorista do teatro Main d’Or.
Dieudonné foi ainda condenado a pagar 280.660 euros de rendas em atraso aos proprietários da sala.
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