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“Houve uma propaganda grande que agora não tem adesão à realidade”, diz Ferreira Leite

Antiga ministra da Educação, Manuela Ferreira Leite ficou “perplexa” com o encerramento das escolas sem ensino à distância, um “sucesso de propaganda” no confinamento de março e abril de 2020.

“Fico um bocadinho perplexa que seja um simples fecho, que não se tenha evoluído no tal sistema de ensino à distância que o Governo proclamou como necessário e aconselhável”, afirmou a antiga governante, no comentário semanal para a TVI24.

Dando como garantido que as escolas não reabrem daqui a 15 dias, período que “tem a ver apenas com aspetos de natureza jurídica e legal”, a antiga presidente do PSD manifestou “muitíssimas dúvidas” sobre a introdução do ensino à distância daqui a duas semanas.

“Houve uma propaganda grande na altura e agora não tem adesão à realidade. Foi tal o entusiasmo com os resultados dessa fase que se proclamou um investimento para distribuir computadores por todos os alunos”, lembrou, evocando os “custos grandes para os alunos que não tiveram acesso a equipamentos” no confinamento de março e abril de 2020.

“Está alguma coisa preparada no sentido de fazer face a um período mais alongado de suspensão das aulas? Tenho muitíssimas dúvidas, porque nada foi anunciado nesse sentido”, reforçou a economista de formação, que liderou o Ministério da Educação entre 1993 e 1995.

Manuela Ferreira Leite afirmou ainda que, ao contrário “do que está sempre a dizer”, o Governo reage mais “sobre o que pensa que é a opinião pública sobre a matéria” do que levando em conta “as opiniões de natureza científica”.

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