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“Houve uma capacidade de resposta muito forte”, diz Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mostrou-se confiante no combate ao incêndio em Monchique e destacou a “capacidade de resposta muito forte” por parte dos bombeiros face às temperaturas extremas que assolaram o país.

Marcelo Rebelo de Sousa está a acompanhar o ponto de situação no país e, em declarações prestadas à RTP, destacou as “perspetivas favoráveis” no combate ao fogo em Marvão e a confiança na melhoria da situação em Monchique.

“Estive em contacto com o presidente da Câmara Municipal de Odemira relativamente à frente norte do fogo e ele pareceu-me sereno em relação à evolução dessa frente. Relativamente à frente sul, as informações que me chegam é que ladeou Monchique e encaminhou-se para a barragem de Odelouca. A ser assim, juntamente com a baixa de temperatura entre esta noite e o dia de amanhã, pode significar que a progressão seja muito menor e que a probabilidade de atingir núcleo urbano seja menor”, afirmou. 

O Presidente da República sublinhou a “capacidade de resposta muito forte e, sobretudo, uma prevenção das instituições muito forte comparando com junho e outubro do ano passado”.

Marcelo acrescentou que, em Monchique, “há uma concentração de meios muito diversa comparando com o passado” e acredita que, no computo geral, “é uma situação circunscrita” neste momento.

O Presidente da República, que está neste momento de férias na região centro, percorrendo algumas das localidades afetadas pelos incêndios de outubro, notou ainda “o exemplo de cidadania” que os portugueses têm dado, considerando que o cuidado que as populações demonstram “é impressionante” e revela que “estão despertas ao primeiro sinal”.

Marcelo Rebelo de Sousa disse, ainda, que não se irá deslocar a Monchique, recordando as críticas que a Comissão Técnica Independente aos incêndios de Pedrógão Grande fez à sua ida ao terreno em junho de 2017, quando estavam ainda ativos os fogos naquela região.

“A comissão independente, um dos aspetos que considerou negativos foi a minha ida ao terreno, porque teria perturbado as operações de resposta e eu estou muito atento a que isso não seja considerado como prejudicial às operações de resposta”, lembrou.

No relatório da Comissão Técnica Independente aos incêndios de Pedrógão Grande, divulgado em 12 de outubro de 2017, é referido que, das audições efetuadas, “foi unânime a opinião, manifestada por operacionais, autarcas, agentes de proteção civil entre outros testemunhos, de que o PCO [Posto de Comando Operacional] estava permanentemente superlotado, desorganizado, desorientado, descoordenado, com autoridades políticas a intervirem também nas decisões operacionais”.

“A comunicação social estava em peso e muito próxima do PCO. O comando e coordenação da operação era obrigado a intervalar o seu trabalho para realizar briefings às diferentes autoridades e entidades que ali se deslocaram. E as comunicações não fluíam, atendendo também à localização do PCO e às falhas detetadas no SIRESP”, lia-se ainda no relatório.

O incêndio em Monchique lavra desde a passada sexta-feira. Neste momento estão cerca de 1000 operacionais a combater as chamas, que já terão ardido algumas habitações. Não há registos de vítimas.

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