Cultura

Hospital Santa Maria sem capacidade para doentes com cancro e já adiou tratamentos

O Hospital de Santa Maria está sem capacidade para tratar os doentes com cancro que têm procurado os seus serviços, já adiou tratamentos e está prestes a abrir uma lista de espera, admite o diretor da Oncologia.

Em entrevista à rádio TSF, o diretor do serviço de Oncologia de Santa Maria, Luís Costa, diz que tem aumentado a procura por causa da lei que abre a hipótese de o doente escolher o hospital onde quer ser tratado e queixa-se de falta de espaço e de meios humanos.

“Estou quase a abrir [lista de espera] porque não tenho médicos para tantos doentes nem tenho espaço. (…) Começámos na semana passada, não conseguimos tratar os doentes que estavam previstos e tivemos que adiar [os tratamentos] uma semana”, afirma Luís Costa.

O responsável da Oncologia do Hospital de Santa Maria reconhece que nunca houve qualquer situação de falta de medicação, mas diz que tem pouco espaço e meios humanos para tratar tantos doentes, sublinhando que todos os tratamentos nesta área são urgentes e que uma eventual lista de espera “não deixa ninguém sossegado”.

“Se não tenho espaço nem pessoas suficientes para fazer o trabalho, o que vou fazer?”, questiona o responsável na entrevista à TSF, reconhecendo que com o aumento da procura daquele serviço os médicos estão “atrapalhadíssimos”.

“Os médicos pensam menos tempo sobre os doentes que têm e, como é óbvio, tomam piores decisões”, afirma.

Luís Costa diz que toda a gente concorda com a hipótese, criada pelo Governo, de dar ao doente a opção de escolha do hospital onde quer ser tratado, mas que tal só resulta se for possível adequar os meios de resposta ao aumento da procura.

“Falta a alocação de recursos para as necessidades que foram criadas”, considera o responsável, frisando que o serviço de oncologia de Santa Maria precisa de mais médicos para responder aos doentes que chegam e que é preciso abrir mais vagas para que os internos possam ficar.

O responsável sublinha que os 12 internos do serviço que dirige têm “muita qualidade”, que “alguns são excecionalmente bons” e lamenta não ter capacidade de competição para os manter.

“Tenho pessoas que queriam ficar no meu serviço, mas não são abertas vagas para isso. Estou cada vez com mais doentes, preciso de mais médicos, há médicos que querem ficar no serviço com o ordenado que é oferecido no sistema nacional de saúde e não são abertas vagas para as pessoas poderem ficar. Hoje despedimo-nos de uma delas, que vai embora”, lamenta.

Lusa

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