Hospitais penalizados por falharem tempos de espera? Os médicos concordam

A proposta do Governo de penalizar os hospitais que falhem na redução dos tempos de espera é bem encarada pelos médicos. O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), José Manuel Silva, considerou a ideia “nobre e importante”, mas preferia identificas gestões hospitalares “menos proficientes”.

Mais do que cumprir as metas para a redução dos tempos de espera nas consultas e cirurgias nos hospitais em 25 por cento, como exige a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), importa é ter “competência” na gestão, como o bastonário explicou.

“É importante que os conselhos de administração e direções de serviço sejam nomeados por critérios de competência”, afirmou José Manuel Silva, em declarações à Lusa: “Na verdade, mais importante do que premiar e penalizar é serem identificados os conselhos de administração que eventualmente estejam a gerir de forma menos proficiente”.

Em causa está a intenção da ACSS, avançada pelo Diário de Notícias, de penalizar ao nível do financiamento os hospitais com falhas na redução dos tempos de espera até 2017, ao mesmo tempo que se premeia os hospitais com melhores resultados.

A intenção é “nobre e importante”, segundo o responsável da OM, mas “a ACSS deve concretizar melhor quais são os caminhos para atingir os objetivos importantes a que se propõe”, pois há vários fatores a ter em consideração para que um plano destes “corra bem”.

“O que é importante é que a ACSS dê indicações de como estes objetivos podem ser atingidos pelos hospitais sem reforço orçamental e até com uma redução do orçamento para os hospitais”, insistiu: “Caso contrário, caímos no risco daquilo que aconteceu no passado, que é uma manipulação das listas de espera”.

José Manuel Silva aproveitou para lembrar que “o orçamento do Serviço Nacional de Saúde destinado aos hospitais para este ano vai ser reduzido, o que vai criar ainda mais constrangimentos” às administrações hospitalares.