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Ministério da Saúde pode poupar 27,5 milhões com reestruturação dos hospitais do Oeste

hospital_torres_vedrasA reestruturação de serviços nos hospitais das Caldas da Rainha e de Torres Vedras pode gerar uma poupança de 27,5 milhões de euros ao Ministério da Saúde. Para tal, as duas unidades terão de ser fundidas num só hospital com uma única administração.

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSVLT) está a analisar a reestruturação de serviços nos hospitais das Caldas da Rainha e de Torres Vedras, tendo em mãos um estudo onde “estima-se uma redução de custos” de 27,5 milhões de euros. A medida, que está a ser discutida com as administrações dos dois hospitais, pretende “dar sustentabilidade financeira” ao futuro centro hospitalar, o que esteve muito longe de ser atingido em 2011, ano em que Caldas da Rainha e Torres Vedras geraram um prejuízo conjunto de 20,5 milhões de euros.

Na sequência destes prejuízos, os orçamentos de cada unidade hospitalar para o currente ano foram reduzidos de forma significativa: em Caldas da Rainha desceu de 56 para 35,6 milhões e Torres Vedras baixou dos 40,7 para os 26,4 milhões de euros.

A reestruturação tem por objetivo um “melhor aproveitamento da capacidade instalada quer do bloco operatório, quer da consulta externa e dos meios complementares de diagnóstico”. Isto significa que as valencias médicas serão repartidas entre as duas unidades, as quais farão parte de um único centro hospitalar, com uma única administração.

As medidas irão contribuir para a “redução da contratação externa de recursos humanos, das horas extraordinárias e dos suplementos remuneratórios e das despesas com consumos clínicos e medicamentos”. Segundo os dados da ARSVLT, a concentração de serviços e a otimização de recursos podem reduzir a despesa em cerca de 12 milhões de euros. A estes se somam os “ganhos de escala” obtidos por via da concentração de serviços que até agora estavam multiplicados por várias unidades hospitalares da região e até deslocalizados nos hospitais de Peniche e de Alcobaça.

Estas duas unidades deixarão de ter internamento e devem ser convertidas em unidades de cuidados continuados, permitindo uma poupança de 15 milhões com o encerramento dos serviços hospitalares e de 2,2 milhões de euros com o fim do internamento. As consultas de especialidade continuarão adstritas aos respetivos centros de saúde e, enquanto a urgência de Peniche deverá ficar em funcionamento, a de Alcobaça irá encerrar, podendo as instalações serem entregues à Santa Casa da Misericórdia.

O Ministério da Saúde admite também, no mesmo estudo, o encerramento do Hospital José Maria Antunes Júnior, em Torres Vedras, reduzindo as 15 camas de internamento e transferindo os pacientes para o Pulido Valente (Lisboa). A única valência a manter será a pneumologia. Com isto, a despesa será reduzida em meio milhão de euros.

A ARSLVT recusou avançar com esclarecimentos até ao momento, sustentando que “não existem ainda conclusões finais para o estudo da área do Oeste”.

Os autarcas da região já criticaram a proposta de reorganização dos cuidados hospitalares no Oeste. “É inexplicável que Torres Vedras passe a ser uma urgência básica”, considerou o presidente da Câmara, Carlos Miguel (PS). Para o autarca da Câmara das Caldas da Rainha, Fernando Costa, “a proposta não é satisfatória” porque não prevê “reativar valências” que chegaram a existir na região, como a oftalmologia, a reumatologia e a urologia.

A região Oeste é servida pelo Centro Hospitalar Oeste Norte (Caldas da Rainha), que abrange os concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos e Peniche, e pelo Centro Hospitalar de Torres Vedras que serve o Cadaval, Lourinhã, Torres Vedras e parte do concelho de Mafra.

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