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Homens da Luta eliminados? O projeto não morre no Festival da Eurovisão

Homens da Luta regressam a Portugal sem a glória de uma manifestação na final. Num ambiente de glamour, em Düsseldorf, na semifinal do Festival da Eurovisão, a classe proletária destoou e os camaradas regressaram a casa, com a promessa: “A luta continua”. Mas, será que Jel e Falâncio perderam mesmo?

Sem pontos suficientes para garantir a qualificação para a final do Festival da Eurovisão, cuja meia-final decorreu ontem na Alemanha, Jel, Falâncio e companhia encerram a sua participação. Ou será que não?

Mais do que uma música, os Homens da Luta apresentaram um projeto alternativo, que teve méritos que muito estão além de ‘A Luta é Alegria’ – um tema pobre, reconheça-se, com personagens desfasados do cenário montado em Düsseldorf. Mas a luta não acaba na Alemanha. A luta continua.

Jel e Falâncio conseguiram inúmeras vitórias. Provavelmente, aquelas que pretendiam. Conseguiram a mais ‘mediática’ das suas manifestações. Não é fácil ganhar três minutos num palco e cantar para 105 milhões de pessoas.

Um gráfico imaginário das audiências conquistadas pelos Homens da Luta, desde o início dos ‘protestos’, permite perceber a força deste projeto. Das centenas aos milhares, na SIC Radical, passaram aos 105 milhões. Poderão ter sido minutos únicos – e de certeza que ontem não passaram a mensagem que a audiência pretendia –, mas esse espaço foi conquistado.

O fenómeno da luta no Festival da Eurovisão permite também colocar em confronto dois extremos: a Alemanha rica, personificada pelo cenário megalómano da arena de Düsseldorf, e o Portugal pobre, bem desenhado nas personagens que entoaram ‘A Luta é Alegria’.

Quem perde com esta eliminação é a televisão pública, a televisão que uns políticos querem privatizar e outros pretendem manter na tutela do Estado. As audiências, em Portugal, vão descer, na final, porque a maioria dos portugueses quis ver os Homens da Luta. Não quis ver o Festival da Eurovisão. E essa é mais uma vitória do Jel e do Falâncio.

As personagens criadas pelos irmãos Duarte são um fenómeno nas redes sociais. Animaram os bastidores do festival e puseram os estrangeiros a rir: não por gozo, mas porque Jel e Falâncio têm piada.

E a luta vai regressar à Europa, porque a maioria dos emigrantes sentiu orgulho no projeto. Segundo conta o jornal Blitz, multiplicam-se os convites para atuações nas comunidades portuguesas. Quem disse que os Homens da Luta foram eliminados?

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