Economia

“Hoje chegam 63 voos a Lisboa, 24 da TAP. E 38 ao Porto, dois da TAP”, diz Pedro Bragança

O investigador Pedro Bragança apresentou hoje números para sustentar que a TAP “tem de ser municipalizada, nunca nacionalizada”.

Crítico assumido da gestão ‘centralista’ da companhia aérea, Pedro Bragança, especialista em temas do território contemporâneo, avançou com uma relação dos voos da TAP relativa ao total de chegadas nos aeroportos de Lisboa e do Porto.

“Hoje chegam 63 voos a Lisboa: 24 da TAP e 39 não-TAP. E 38 voos ao Porto: 2 TAP e 36 não-TAP”, adiantou o arquiteto, através do Twitter.

Com apenas 5,3 por cento dos voos no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, a TAP é irrelevante para o norte do País, considerou o investigador.

“O serviço público no norte está a ser garantido pela Ryanair, EasyJet, Lufthansa, Air France, etc. São estas as companhias que apoiam a retoma económica e o reencontro de famílias”, argumentou.

Nesse sentido, “a TAP tem de ser municipalizada, nunca nacionalizada”, defendeu.

Pedro Bragança questiona a necessidade de meter dinheiro do Estado numa companhia aérea que “não liga o Porto a Faro”, mas tem ligações de Lisboa para “Lomé (Togo), Accra, Tel Aviv”.

“Onde estava o valor estratégico da TAP no momento de garantir as rotas regionais Vila Real/Bragança/Viseu/Cascais/Portimão? Estava a ligar Vigo, Santiago de Compostela e Corunha a Lisboa”, reforçou.

A hipótese da nacionalização da TAP foi levantada no início desta semana pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

O Estado detém 50 por cento do capital, mas a gestão é controlada pelo consórcio Atlantic Gateway, com 45 por cento.

Os restantes cinco por cento foram distribuídos pelos trabalhadores da TAP.

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