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“Hipervalorizar a figura do André Ventura é um erro profundo”, diz Costa

O primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, criticou a “bipolarização” de André Ventura contra “os outros”, explicando que o líder do Chega “não se transformou de repente num fascista”.

“Não sou daqueles que hipervalorizam a figura do André Ventura e acho que é um erro profundo de quem o quer combater querer transformar a vida política portuguesa na bipolarização entre ele e todos os outros. É preciso evitar o erro de querer bipolarizar a vida política nacional entre ele e os outros, porque isso só tem um efeito: valorizar o André Ventura e dar-lhe uma credibilidade que ele não tem”, sustentou.

Costa garantiu que este pensamento não significa desvalorizar os quase 12 por cento dos votos que Ventura recebeu nas eleições presidenciais de 24 de janeiros.

“Não é subestimá-lo. É não o valorizar. Quem faz uma tese de doutoramento como ele fez não pode dizer o que ele diz agora”, explicou.

“Ele não se transformou de repente num fascista, porque os fascistas não têm lugar no PSD nem hoje, nem há quatro anos nem nunca”, reforçou o secretário-geral do PS, lembrando que o agora líder do Chega, “ainda era candidato do PSD a uma das principais autarquias da região de Lisboa” há quatro anos.

Em entrevista ao Público, Costa defendeu que André Ventura “não é propriamente um produto autêntico da extrema-direita europeia com fortes raízes”, como a francesa Marine Le Pen, “mas uma autofabricação para ganhar espaço mediático”.

O primeiro-ministro e líder do PS deixou ainda palavras sobre Mamadou Ba, ativista antirracismo que tem criticado acesamente o passado colonial de Portugal.

“Temos, quer em matéria de política de imigração, quer de refugiados, um historial continuado que tem resistido a todas as mudanças de Governo e que, com pequenas derivas, foi sempre mantido como consensual. E nem André Ventura nem Mamadou Ba representam aquilo que é o sentimento da generalidade do país. Felizmente! Nem André Ventura nem Mamadou Ba representam aquilo que é o sentimento generalizado do país”, finalizou António Costa.

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