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Hells Angels: Um detido em prisão preventiva e outro em liberdade

Um detido no âmbito do processo do grupo de motociclistas ‘Hells Angels’ ficou em prisão preventiva, enquanto outro saiu em liberdade, condicionada a apresentações às autoridades, e proibição de contactos e de frequentar vários locais, disse hoje um advogado.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve na terça-feira mais dois suspeitos, um dos quais na zona do Porto, no âmbito do processo do grupo de motociclistas ‘Hells Angels’, que foram hoje presentes no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça.

“Um dos detidos ficou em prisão preventiva e o outro foi restituído à liberdade, com apresentações às autoridades, proibição de frequentar certos locais e de contactar certas pessoas”, disse à agência Lusa João Martins Leitão, advogado de defesa do arguido que ficou detido.

O causídico afirmou ainda que já apresentou recurso da prisão preventiva.

Em março deste ano, cerca de 20 ‘motards’ do grupo ‘Hells Angels’ invadiram um restaurante no Prior Velho, concelho de Loures, para atacar o grupo ‘Red&Gold’, criado por Mário Machado. Os dois grupos rivais entraram em confrontos dentro do estabelecimento comercial, com facas, paus, barras de ferro e outros objetos.

O grupo ‘Hells Angels’ existe em Portugal desde 2002 e, desde então, tem sido monitorizado pela polícia.

Este episódio de violência levou a PJ a desencadear uma operação a nível nacional e a deter, em julho, 58 elementos do grupo de motociclistas ‘Hells Angels’ em Portugal (a que se soma um outro na Alemanha), por associação criminosa, tentativa de homicídio, roubo, ofensa à integridade física, posse e tráfico de armas proibidas e tráfico de droga.

Com as duas detenções de terça-feira, o processo passa a ter 60 arguidos em Portugal, a que se soma um outro homem detido na Alemanha.

Após três dias de interrogatórios, a juíza de instrução criminal Maria Antónia Andrade aplicou a medida de coação de prisão preventiva a 39 dos arguidos, embora três deles pudessem passar a prisão domiciliária com vigilância eletrónica.

Até hoje apenas um dos arguidos passou para prisão domiciliária, com pulseira eletrónica, uma vez que já se encontravam reunidas as condições técnicas e pessoais.

Os 19 arguidos que ficaram em liberdade estão proibidos de sair dos concelhos das respetivas residências, têm de se apresentar periodicamente às autoridades e estão impedidos de contactar com os coarguidos, à exceção dos casos em que são irmãos ou pai e filho.

Estes arguidos não podem igualmente frequentar espaços dos ‘Hells Angels’, participar em concentrações e eventos de ‘motards’ ou exercer atividades de segurança privada.

Os arguidos estão “fortemente indiciados” dos crimes de associação criminosa, homicídio qualificado na forma tentada, roubo, ofensas graves à integridade física, ofensas qualificadas à integridade física, posse e tráfico de armas proibidas e tráfico de droga.

A investigação do caso dos ‘Hells Angels’ está a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal e da Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária.

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