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Haddad encontra-se com líderes evangélicos e promete não legalizar aborto

O candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à Presidência do Brasil Fernando Haddad, reuniu-se hoje com líderes evangélicos e assinou um manifesto em que se compromete a não defender a legalização do aborto, caso vença as eleições presidenciais brasileiras.

Haddad, que disputa no dia 28 de outubro a segunda volta das eleições com o candidato do Partido Social Liberal (PSL) Jair Bolsonaro, foi apresentado na reunião com os líderes evangélicos como um homem de tradição cristã e ressaltou que um Presidente “não pode ser escolhido para impor seu ponto de vista” e seus “valores”.

“O [poder] Executivo deve ter a sabedoria de respeitar e garantir” os princípios individuais”, disse o candidato do PT.

Nesta quarta-feira, Haddad também publicou um manifesto “ao povo evangélico” no qual observou que seu programa de Governo não inclui nenhuma iniciativa para descriminalizar o aborto.

“Nenhum dos nossos governos enviou ao Congresso leis inexistentes que somos atacados de defender”, disse ele, citando a legalização do aborto, tributação de impostos aos templos e proibição de cultos públicos.

A defesa destas e de outras propostas que os integrantes do PT são acusados de fazer desde 1989, disse, “nunca” se materializaram nos governos do partido, com Lula da Silva (2003-2010) e depois com Dilma Rousseff (2011-2016), e “não aparecem” no seu programa de governo.

“Nosso programa não é uma carta de conveniência”, acrescentou Haddad, que obteve 29 por cento dos votos na primeira volta das eleições brasileiras, a 07 de outubro, contra 46 por cento de Bolsonaro.

A legislação em vigor no Brasil determina que o aborto só pode ser executado em caso de violação, risco de morte da mãe ou em caso de anencefalia fetal, mas em todos as situações deve ser autorizada pelos tribunais.

De acordo com Haddad, “a separação entre público e privado tem de ser entendida” no seu melhor, com um Estado responsável pela prestação de serviços públicos sem discriminar ninguém, e, nesse sentido, se comprometeu a “não misturar” as duas esferas.

“Vocês verão a verdade em meus olhos e em minhas palavras”, assegurou, aos líderes evangélicos.

Haddad diz na carta enviada aos líderes evangélicos brasileiros que é um “cristão” e vem de uma “família religiosa desde seu avô, que trouxe sua fé do Líbano quando ele migrou para o Brasil para construir uma vida melhor para sua família”.

“Sou casado há 30 anos com a mesma mulher, Ana Estela – presente hoje na reunião -, minha colega de classe que criou dois filhos comigo, nos valores que aprendemos com nossos país”, concluiu.

De acordo com uma pesquisa divulgada na segunda-feira pelo Instituto Ibope, Bolsonaro venceria a segunda ronda das eleições com 59 por cento dos votos válidos, contra 41 por cento de Haddad.

Além disso, entre os eleitores evangélicos, a vantagem Bolsonaro aumenta em até 66 por cento em comparação com 24 por cento de Haddad.

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