Ciência

Habitantes da Península Ibérica praticavam canibalismo durante o Mesolítico

Um estudo arqueológico, publicado este mês na revista científica ‘Journal of Anthropological Archaeology’, revelou que os habitantes da Península Ibérica praticavam canibalismo durante o período do Mesolítico, há cerca de 10 mil anos atrás.

Os cientistas chegaram a esta conclusão através dos vestígios encontrados durante as escavações nas Grutas de Santa Maira, a cerca de 120 quilómetros de Valência.

Na investigação, liderada por Juan V. Morales-Pérez, da Universidade de Valência, foram descobertas ossadas humanas com marcas a que chamaram de “práticas antropofágicas”.

Durante as escavações foram encontrados 30 fósseis diferentes de ossos humanos. No entanto, os crânios encontrados pertencem a três pessoas: uma criança, um maior e mais pesada e outro mais pequeno. As ossadas da criança não apresentavam sinais de canibalismo, mas o mesmo não se passa com os outros dois.

De acordo com o DN, “o período do Mesolítico foi complicado para os homens na Europa”, isto porque foi considerada uma época de transição, onde se começa a registar um estilo de vida diferente: mais sedentário.

Contudo, muitas tribos passaram por dificuldades devido à escassez de recursos naturais, influenciada pelo clima. A Terra estava a despedir-se da era glaciar, mas “as latitudes europeias ainda não tinham aquecido o suficiente para permitir uma natureza abundante”, segundo o DN.

Falta ainda apurar se estas práticas de canibalismo ocorriam por necessidade ou se faziam parte de algum ritual religioso.

De acordo com as conclusões do estudo, os indivíduos foram comidos depois de mortos porque não apresentam sinais de violência. Aos cientistas resta também descobrir se foram mortos para a prática ou se morreram naturalmente.

 

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