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“Há uma esquizofrenia pública, é impressionante a ligeireza”, diz Pacheco Pereira

Pacheco Pereira, antigo dirigente do PSD, lamentou a “esquizofrenia pública” em torno das discussões sobre as medidas de combate à pandemia de covid-19, usando como exemplo as escolas.

“É uma espécie de esquizofrenia pública. Há pouco tempo houve uma enorme pressão para que fechassem e agora começa a haver enorme pressão para que abram”, realçou o historiador, considerando “impressionante” a ligeireza com que “este ciclo” se repete.

“Há pressão para se fechar as escolas, o Governo fecha-as e três semanas depois há pressão para que se abram as escolas. Se o Governo abre, o ‘rt’ sobe e [surge] a pressão de novo para as fechar. Assim não se pode governar, muito menos numa questão tão complexa como é a pandemia”, insistiu.

No caso concreto das escolas, Pacheco Pereira considerou que ainda é cedo para avançar com a reabertura, pois “continua a haver uma grande controvérsia entre os cientistas”.

“O Governo quer seguir uma linha de prudência, o que significa não apenas ouvir os cientistas, mas tomar uma decisão que tem uma componente social e pedagógica”, justificou: “Se for alicerçada na prudência há menos estragos, mesmo que as escolas eventualmente já pudessem abrir agora”.

Questionado sobre o plano de desconfinamento, durante o programa ‘Circulatura do Quadrado’, na TVI, o ex-dirigente do PSD acredita que o Governo já o tem alinhavado, embora sem o assumir publicamente.

“Acho mais seguro que seja baseado em dados, mas também há controvérsia entre os cientistas sobre os dados. E também é preciso ver que os dados não podem ser medidos de um dia para o outro. Tem que haver uma série estatística minimamente sólida para haver decisões”, sustentou.

“Agora estamos todos contentes porque o número de novos infetados desceu significativamente. É importante, mas é suficiente para tirarmos conclusões, quando há um período de latência entre o número de infeções e a ida para os hospitais ou as mortes? Uma coisa que a gente aprendeu é que a pandemia exige prudência”, finalizou.

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