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Há um político suspenso em Portugal por “incompetência”

É caso raro: um político ser suspenso por alegada “incompetência”. Igualmente raro é o facto de um partido assumir uma “profunda derrota” nas eleições. Mas aconteceu. Em Portugal.

Nas últimas eleições legislativas, o PCTP/MRPP obteve 1,11 por cento do total nacional, com cerca de 60 mil votos. Garcia Pereira está suspenso e debaixo de fogo, acusado de “incompetência, oportunismo e anticomunismo”.

“Se nestas condições objetivamente favoráveis o partido não alcançou nenhum dos objetivos políticos imediatos ao seu alcance (…) tal fica unicamente a dever-se à incompetência, oportunismo e anticomunismo primário do secretário-geral do partido e dos quatro membros do comité permanente do comité central”.

O que acabou de ler está preto no branco no Luta Popular, órgão oficial do PCTP/MRPP, que ainda acusa o seu líder, Garcia Pereira, de tudo fazer para “sabotar a aplicação do comunismo, do marxismo-leninismo, dos métodos de trabalho, do programa político e da linha de massas que sempre caraterizaram a vida e luta do partido”.

Segundo os autores do comunicado, o partido teve todas as condições para conseguir um triunfo eleitoral.

Entre essas condições elenca-se a presença de Garcia Pereira num “programa de televisão semanal na ETV” e “800 mil euros” para a campanha, provenientes da lei de financiamento dos partidos.

“A direção do partido, começando no secretário-geral e nos quatro membros do comité permanente do comité central, são os principais responsáveis não apenas pela derrota do Partido nas últimas eleições, mas pela situação de desintegração em que o partido se encontra”, pode ler-se.

Nestas circunstâncias, foi decidido suspender “imediatamente” o secretário-geral do partido e os membros do comité permanente do comité central.

Alguns elementos continuam em funções, mas apenas para assegurar “o cumprimento das tarefas políticas do partido até à realização do próximo congresso”.

O comunicado termina  com o célebre “Viva o partido comunista operário! Morte aos Traidores!”.

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