Os países vizinhos da Síria, que enfrenta uma guerra civil, acolhem um milhão de crianças que estão refugiadas. O alerta foi dado hoje pela Organização das Nações Unidas (ONU). A ACNUR e a UNICEF revelam incapacidade em lidar com um cenário de “sofrimento, trauma e depressão” de famílias “arrancadas das suas casas”.
Há um milhão de crianças sírias refugiadas nos países vizinhos daquele país, alerta a ONU, através do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), liderado pelo português António Guterres. O antigo primeiro-ministro considera que a situação é “vergonhoso”.
“Um milhão de crianças refugiadas marca um vergonhoso dado no conflito sírio”, afirmou Guterres, numa declaração conjunta com a UNICEF, representada pelo diretor-executivo, Anthony Lake.
Para Lake, não é apenas o número de crianças sírias refugiadas que impressiona, mas a realidade que estas vítimas inocentes enfrentam, num cenário de guerra. “Algumas destas crianças são retiradas das suas casas e, por vezes, arrancadas das famílias, enfrentando horrores que só agora começamos a compreender”, salientou o representante da UNICEF.
António Guterres enfatizou o quadro de horror que a guerra civil na Síria provoca nas crianças e suas famílias. “Há famílias que cruzam as fronteiras à procura de segurança, fortemente traumatizados e deprimidos. Estas crianças e famílias precisam de esperança”, afirmou o português.
A Síria vive um cenário de guerra civil interminável. Anthony Lake considera que a comunidade internacional está a falhar “nas suas responsabilidades com as crianças”.
A UNICEF e a ACNUR “estão a trabalhar para aliviar o sofrimento destas crianças sírias”, mas assumem incapacidade de lidar com este cenário.