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Há tráfico de cães na Serra da Estrela?

caes da serra

“Aqui há cães”, “Cães da Serra”, “Há cães”… Na Serra da Estrela, não faltam animais em ‘exposição’ permanente, ao frio, à chuva e à neve. As denúncias sobre as condições do comércio de cães na Serra estão a tomar as redes sociais de assalto.

Foi no início deste mês que o debate sobre as condições dos cães vendidos nas ruas da Serra da Estrela aumentou, depois do Facebook dos Amigos dos Animais de Soure ter publicado fotos de um cachorro ‘protegido’ do frio e da neve por um caixote de madeira com rede de arame.

“Este pobre cachorrinho está exposto para venda em condições degradantes extremas, com temperaturas negativas, sofrendo com o vento, a neve e a chuva. Passa os dias com o pêlo molhado e por baixo das patitas apenas tem um cartão ensopado. Como podem ver, há neve a menos de um metro dele. Esta é uma situação muito triste, uma coisa é vender animais, outra é sujeitá-los a esta tortura”, diz a denúncia.

A questão não é nova. Já em 2013 uma ativista pelos animais, Liliana dos Santos, contava “A realidade da Serra da Estrela”, com imagens que mostram cães em condições semelhantes.

“Desde sempre que me lembro de, na aldeia do Sabugueiro e noutras zonas da Serra da Estrela, haver a cada cinco metros uma jaulinha, quase no meio da estrada, a dizer ‘Há Cães’ ou ‘Cães Serra da Estrela’. Estes animais são mantidos nestas jaulas o dia inteiro ao frio, sem controlo veterinário, à mercê de todas as pessoas e perigos que passam. As cadelas, mães destes bebés, são mantidas presas sempre a procriar num abuso sem fim”, contextualizou.

“Este tráfico e maus tratos acontece há mais de 30 anos e de forma completamente ilegal aos olhos de milhares de pessoas que visitam esta aldeia e a Serra da Estrela”, frisou a ativista: “Hoje vi novamente esta realidade, evito sempre passar por ali porque aos animais abusados juntam-se uns quantos abandonados na serra em muito mau estado. Nenhum dos que vi era um Serra da Estrela e os preços rondam os 50 e 100 euros”.

Será esta situação “a mais grave do país”, como classificou Liliana dos Santos? “Os cães estavam a comer batatas com ervilhas e não tinham água. Havia diarreia com sangue dentro da jaula”, denunciou.

Face às denúncias, cabe às entidades competentes aferir se este comércio de “cães da serra” cumpre os requisitos legais exigidos aos estabelecimentos de comércio a retalho de animais de companhia e as condições higiossanitárias dos animais ou se estamos perante casos flagrantes de tráfico de animais.

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