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“Há que cerrar fileiras no rastreio dos casos de covid-19”, afirma Germano de Sousa

O diretor clínico do Laboratório Germano de Sousa, responsável por cerca de 15 por cento dos testes à covid-19 realizados em Portugal, afirmou que é preciso passar da testagem ao rastreio dos casos positivos.

Elogiando o “mantra” de “testar, testar, testar” que tem sido defendido pelas autoridades de saúde, Germano de Sousa considerou que, perante o agravamento da pandemia em janeiro, urge “passar ao rastrear, rastrear, rastrear”.

“Os meus colegas de saúde pública estão a dar o máximo esforço, mas não tem sido suficiente o rastreio que é feito dos casos positivos, para se saber quais são os contactos mais próximos. É aí que há que cerrar fileiras”, argumentou.

O problema é crónico: faltam meios para um rastreio massivo dos casos de infeção. No entanto, não se podem apontar culpas às autoridades de saúde neste ponto.

“Não posso criticar essa falta de meios de um momento para o outro, porque não há país que esteja preparado com um batalhão de médicos de saúde pública. Na vida normal são necessários num determinado número, numa pandemia destas é muito difícil de um momento para o outro criar as condições suficientes para rastrear, rastrear, rastrear”, explicou.

Germano de Sousa frisou que o rastreio “tem que ser feito por médicos” e, embora seja “possível arranjar ajudantes”, estes precisam de “ser preparados e formados”.

Só que a pandemia não espera. “Os números aumentam tanto que o rastreio não consegue ser suficiente”, reforçou, em declarações à Rádio Observador.

Antes do Natal, Germano de Sousa defendeu publicamente a continuidade das restrições. Porém, “houve demasiado facilitismo”, o que conduziu ao agravamento da situação epidemiológica em janeiro.

“Não queria ser profeta. Infelizmente, correu mal”, continuou o diretor da rede laboratorial que já fez mais de um milhão de testes de despistagem da covid-19.

A escalada dos contágios não surpreendeu o antigo bastonário da Ordem dos Médicos, mas o mesmo não aconteceu a propósito do “número de mortos” em janeiro. “Não contava com tantos”, concluiu.

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