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Há quatro anos, PSP ‘limpou’ manifestação contra a austeridade no Chiado

Foi há quatro anos que Portugal assistiu a uma carga policial na Praça do Chiado, em Lisboa. Durante a greve geral de 22 de março, o Corpo de Intervenção da PSP ‘levou tudo à frente’ e, para além de manifestantes, agrediu os fotojornalistas José Sena Goulão e Patrícia Melo.

Foi uma primavera quente, nesse ano de 2012. Portugal estava mergulhado na austeridade e uma greve geral, marcada para Lisboa, terminou da pior forma, com o Corpo de Intervenção da PSP a ‘limpar’ o Chiado à bastonada.

Os incidentes ocorreram por volta das 17h00 junto do café Brasileira do Chiado, o ponto de encontro dos manifestantes que tinham sido ‘convocados’ pela Plataforma 15 de Outubro.

À data, uma fonte oficial do Comando da PSP de Lisboa adiantou que a polícia só agiu quando alguns manifestantes, alegadamente afetos à Plataforma 15 de Outubro, começaram a atirar objetos (como chávenas e garrafas) contra os elementos das forças de segurança.

A resposta foi à bastonada: o Corpo de Intervenção avançou e na ‘limpeza’ do Chiado agrediu, para além de alguns manifestantes, dois fotojornalistas, Patrícia Melo (France Press) e José Sena Goulão (Lusa).

Várias testemunhas adiantaram que Sena Goulão foi derrubado e agredido quando já estava caído. Depois de assistido no local pelo INEM, o fotojornalista foi transportado para o Hospital de São José.

A Lusa condenou o ato lembrando que José Sena Goulão estava “devidamente identificado como jornalista, estava a acompanhar uma manifestação”, e lamentou que, “não obstante gritar aos agressores a sua condição de jornalista”, o jornalista tenha continuado “a ser brutalizado pelos mesmos agentes” quando já estava caído.

Também à data, a subcomissária Carla Duarte adiantou que a carga policial provocou “pelo menos” três feridos, um deles entre a própria PSP: um polícia que foi atingido com uma chávena na testa.

Ainda de acordo com a porta-voz da polícia, um manifestante foi detido por ter lançado petardos e agredido agentes da autoridade.

A 22 de março de 2012, à frente do Ministério da Administração Interna estava o social-democrata Miguel Macedo.

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