Economia

Há movimento à volta da TAP por ser “mesmo muito interessante”

O administrador não executivo da TAP Diogo Lacerda Machado justificou hoje a “movimentação” à volta da companhia por esta ser “mesmo muito interessante” aos olhos do mercado, recusando, no entanto, comentar diretamente possíveis alterações acionistas na empresa.

“Toda essa movimentação que aí há significa o seguinte: a TAP é uma companhia muito interessante. É mesmo uma companhia muito interessante”, disse à agência Lusa Diogo Lacerda Machado, à margem do Seminário de Comunicação e Cooperação Financeira Internacional, organizado pelo Bank of China num hotel em Lisboa, no âmbito da iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”.

Referindo não poder falar pelo presidente executivo (Antonoaldo Neves) nem pelo presidente do Conselho de Administração (Miguel Frasquilho), e não querendo comentar diretamente notícias da semana passada que davam conta que David Neeleman, do consórcio privado Atlantic Gateway, poderia sair da estrutura acionista da TAP, Diogo Lacerda Machado destacou o “sucesso” da ida da empresa ao “exigentíssimo” mercado de dívida.

“Não sou eu que digo, não são comentadores políticos que o dizem, às vezes ignorando o que se está realmente a passar e distorcendo a realidade, o facto é o seguinte: a TAP voltou, ao fim de décadas sem o poder fazer, ao mercado de dívida internacional. Fê-lo com sucesso e, portanto, não somos nós, não é ninguém da TAP, é o mercado que o diz: a TAP hoje é uma companhia interessante”, reiterou.

Diogo Lacerda Machado disse também que “a TAP está claramente no caminho certo”, e que ” o processo de transformação que está realmente a acontecer era absolutamente determinante e essencial”, apesar das “flutuações de mercado, das economias, com o preço do petróleo a variar”.

O empresário David Neeleman, acionista privado da TAP, disse na passada terça-feira que está “cada vez mais entusiasmado com o futuro” da companhia aérea de bandeira, de acordo com um comunicado enviado à agência Lusa.

Esta declaração surgiu no dia em que o Jornal de Negócios noticiou que a saída do empresário da TAP está preparada para o primeiro trimestre do próximo ano, estando a desenvolver contactos com a Lufthansa, British Airways, Air France e United para o substituir.

O periódico, sem citar fontes, garante que esta saída está relacionada com “o degradar das relações” entre Neeleman, o Estado e o seu parceiro no consórcio Atlantic Gateway, que tem 45 por cento da TAP, Humberto Pedrosa, bem como com os “resultados negativos”.

Do lado do Governo, no dia seguinte, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, assegurou que não está prevista nenhuma alteração societária na TAP, desconhecendo informação sobre a eventual saída do acionista privado David Neeleman.

“Não sei de nenhuma saída do nosso acionista privado […], não existe nenhuma alteração societária, neste momento, prevista”, afirmou Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas à margem de uma visita de trabalho ao porto de Lisboa.

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