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Há mortos inscritos nas eleições do PS em Braga, denuncia um militante

ps logo A campanha para a liderança da Distrital de Braga do PS está envolta em polémica. Uma candidata alega que há elementos de outros partidos e até mortos inscritos e com as quotas em dia. Há ainda casos de militantes que estão a receber o recibo sem terem feito o pagamento.

Em Braga, as eleições para a liderança da distrital socialista está a animar os militantes. Tanto que até há emigrantes, que não vão estar em Portugal na data das eleições, inscritos para votar, segundo denuncia uma candidata.

Maria José Gonçalves garante que existem “eleitores-fantasma” nas listas para as eleições da distrital, previstas para 6 de Setembro. Para além de emigrantes que não estão cá, há militantes que já concorreram por outros partidos e, ainda segundo a candidata, pessoas que já faleceram.

Ao noticiar o caso, o Jornal de Notícias acrescenta que há mortos que mantêm as quotas em dia, justificando que o PS invoca o sigilo bancário para não identificar quem pagou.

O Público cita dois casos específicos. Um militante de Guimarães e outro de Famalicão têm duas situações em comum, para além da filiação no PS: têm as quotas em dia e estão mortos.

A denúncia partiu de uma candidata afeta a António José Seguro, que disputa a liderança do PS/Braga com Joaquim Barreto, apoiante de António Costa.

As eleições na segunda maior federação socialista (em número de militantes), que servem também para eleger os representantes ao congresso, estavam previstas para 6 de Setembro, mas poderão ser remarcadas por falta de “condições para se realizar o congresso”, como já alertou a entidade organizadora.

A convocatória foi assinada por Fernando Moniz, o atual líder da distrital, mas a Comissão Organizadora do Congresso (COC) chumbou ontem, por maioria, a realização das eleições. A moção de que “não existem condições para realizar o congresso” foi aprovada por sete dos nove membros, com os restantes dois a votarem contra.

António Ramalho, presidente da COC, acrescentou ao Público que existem cerca de “20 casos” de “pessoas que receberam em casa os recibos das quotas sem que as tivessem pago”.

Segundo este jornal, há 2294 militantes socialistas com as quotas em dia, o que inclui emigrantes que não estarão em Portugal na altura das eleições. Ainda assim, ajudaram o PS a recolher 123.876 euros com a regularização das quotas.

Destes 2291, mais de metade (1191) reside em apenas dois concelhos, Famalicão e Fafe. Em relação a Fafe, António Ramalho precisou que 192 dos 363 militantes inscritos para as próximas eleições do PS/Braga nunca votaram em sufrágios internos.

De Amares chegam relatos de militantes acamados que têm as quotas em dia e poderão, no dia das eleições, ir votar.

Todas estas irregularidades foram denunciadas à COC, constituída por elementos próximos das duas candidaturas. Feita por um “conjunto de concelhias e também alguns militantes em nome individual”, precisou António Ramalho.

A COC vai remeter todas as denúncias, que têm sido apresentadas pelas concelhias e por elementos afetos às duas candidaturas, ao Secretariado Nacional, solicitando “o completo e integral esclarecimento da regularização do pagamento das quotas a militantes que há mais de cinco anos não procediam a qualquer pagamento”. 

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