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“Há membros do PSD a oferecer lugares em troca de apoio a Rio”, acusa Montenegro

O candidato social-democrata Luís Montenegro considerou hoje haver “uma correlação direta” entre os apoios de Rui Rio no Conselho de Nacional de janeiro que renovou a confiança na direção e as listas de deputados do partido.

Em entrevista à Antena1, Montenegro disse ter indicações de que há elementos dos órgãos de cúpula do PSD a negociar lugares, designadamente autárquicos, em troca do apoio a Rui Rio na corrida à liderança do partido.

“Há membros da comissão política e até da comissão permanente a oferecer lugares em troca de apoios. Eu não ofereci lugares a ninguém”, assegurou o ex-líder da bancada social-democrata em entrevista à jornalista Natália Carvalho.

Montenegro manifestou também a convicção de que alguns dos líderes do PSD dos últimos anos o apoiam na corrida contra Rui Rio, mas limitou-se a indicar o nome de Rui Machete.

“Eu sei que há muitos líderes do PSD que estiveram na liderança nos últimos anos que votam em mim e que me apoiam. Não tenho nenhuma dúvida sobre isso”, salientou, embora afirmando compreender o recato dos ex-presidentes.

O ex-líder do Grupo Parlamentar do PSD classificou como “pura retórica política” a ideia de que os eleitores estão preocupados com a colocação do PSD no espetro partidário, lembrando que quando Cavaco Silva se candidatou “nunca perguntaram se era de esquerda ou de direita”.

“Podem usar as designações que quiserem mas o PSD é um partido popular”, acentuou, defendendo a necessidade de “um projeto político aglutinador” para aquela que disse ser “a alternativa não socialista em Portugal”.

A política de alianças do PSD deve fazer “no espaço não socialista” e se, atualmente, com o Chega, “há muitas questões que são inconciliáveis”, no futuro é preciso perceber qual o projeto do partido de André Ventura, sustentou.

Montenegro assumiu “muita honra” por ter dirigido o grupo parlamentar no tempo de Pedro Passos Coelho, deixando uma convicção: “Tenho a certeza de que, se Pedro Passos Coelho tivesse sido primeiro-ministro no mandato que terminou em 2015, nós hoje estaríamos com um Portugal bem mais rico e desenvolvido e com um PSD, se calhar, com uma grande maioria no parlamento”.

O ex-líder parlamentar social-democrata voltou a acusar Rui Rio de estar “em permanente conflito” com o partido para fazer logo a seguir o contraponto: “Não sou um divisionista, sou um agregador”.

E se perder as eleições diretas no sábado contra o atual líder? “Vou regressar à minha condição de militante de base e exercer a minha profissão”, concluiu.

A segunda volta da eleição direta para a presidência da Comissão Política Nacional do PSD realiza-se no sábado.

Rui Rio foi o candidato mais votado com 49,02% dos votos e Luís Montenegro conseguiu 41,42%, de acordo com os números finais disponíveis no site do PSD.

Miguel Pinto Luz, o terceiro candidato mais votado, obteve 9,55% (3.030).

Dos 40.604 militantes em condições de votar, fizeram-no 32.082 (uma participação de 79%).

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