Há mais liberdade de imprensa em África do que América Latina

Pela primeira vez, África superou a América Latina nos indicadores da liberdade de imprensa, liderados pela Europa. Numa “nova era de propaganda”, a organização não-governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras (RSF) alerta para a “violência crescente contra os jornalistas na América Latina”.

Desde que a RSF começou a elaborar o ranking da liberdade de imprensa, em 2002, nunca o continente africano tinha superado a América Latina. Aliás, a situação melhorou tanto em África que só a Europa está à frente.

Isto numa visão optimista: a ONG prefere avisar que a situação tem piorado tanto que, no caso da América Latina, a fez cair bastante na tabela.

“Todos os indicadores se deterioraram”, adiantou o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, ao apresentar o documento à AFP: “Numerosas autoridades estão a tentar recuperar o controlo dos seus países, temendo o debate público aberto”.

Numa análise à liberdade de imprensa em 180 países, medida por critérios como a independência dos meios de comunicação social, a autocensura, a legislação, a transparência e os abusos cometidos, a RSF não tem dúvidas em garantir que estamos perante uma “nova era de propaganda”.

“Estamos a entrar numa nova era de propaganda em que as tecnologias permitem a disseminação a baixo custo. É hoje muito mais fácil aos poderes dirigirem-se diretamente ao público através de novas tecnologias e isso representa um maior grau de violência contra aqueles que representam a liberdade de imprensa”, justificou Christophe Deloire.

Em países como a Venezuela e o Equador ocorrem mesmo situações de “violência institucional”, enquanto outros fatores – a corrupção no Brasil, a concentração de meios de comunicação social na Argentina, o crime organizado nas Honduras e a impunidade generalizada na Colômbia – agravaram intensamente os indicadores na América Latina.

Ainda assim, o relatório aponta o norte de África e o Médio Oriente como “as regiões onde os jornalistas encontram mais obstáculos de todo o tipo”.

Portugal está, entre os 180 países analisados, na 23.ª posição, o que significa uma subida de três lugares face ao ranking de 2015.

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