Economia

Palavra de Merkel: Portugal tem “licenciados em excesso”

angela merkel Portugal é como a Espanha, no entender da chanceler alemã: tem “demasiados” licenciados. Angela Merkel queria mostrar as vantagens do ensino vocacional e criticou as estatísticas da OCDE  por compararem a educação dos vários países através do número de licenciados.

É “um absurdo” para Angela Merkel: Portugal tem “demasiados licenciados”.

O mal não vem só, pois também a Espanha tem excesso de estudantes com um curso superior, isto no entender da chanceler alemã.

Os comentários, citados pela Bloomgberg, foram proferidos quando Merkel defendia uma aposta no ensino vocacional, num encontro com a associação patronal federal alemã.

“Temos de nos afastar” do incentivo ao estudo universitário, pois “de outra forma não seremos capazes de persuadir países como Portugal e Espanha, que têm muitos licenciados”, argumentou Merkel.

As estatísticas do Eurostat desmontam a versão da chanceler alemã. Afinal, apenas 17,6 por cento da população portuguesa completou um estudo superior, bem abaixo dos 25,3 por cento de média da União Europeia em 2013.

Refira-se ainda que Portugal, onde existem “demasiados licenciados”, tem uma taxa de população com formação superior bem abaixo dos 25,1 por cento da… Alemanha.

A chanceler alemã defendia o ensino vocacional como ‘carreira’, ao invés de um ‘profissionalismo’ na obtenção de formação superior. Para argumentar, Merkel recorreu aos dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), mas para os criticar por medirem o nível de educação de um país através do comparativo do número de licenciados.

“É um absurdo, sabendo bem que muitos dos países que têm muitos licenciados também têm elevados níveis de desemprego jovem”, justificou.

Nas estatísticas da OCDE, referentes a 2012, 19 por cento da população adulta portuguesa estava licenciada, muito abaixo dos 32 por cento da Espanha e, curiosamente, da média dos países que compõem a OCDE.

A Alemanha não está muito melhor do que Portugal, pois também ficou abaixo da média, com 28 por cento dos adultos a terem formação superior.

Quanto ao desemprego jovem (abaixo dos 25 anos), o Eurostat coloca a Espanha como líder destacada (53,7 por cento), com Portugal no quinto lugar (35,2 por cento) entre os 28 da União Europeia.

No fundo desta tabela está a Alemanha, com apenas 7,1 por cento de desemprego jovem.

Em destaque

Subir