Há cada vez mais penhoras de pensões de idosos que ajudam filhos e netos

Segundo a Câmara de Solicitadores, foram penhorados 39,5 milhões de euros em pensões da Caixa Geral de Aposentações (CGA) e da Segurança Social (SS). Este valor é superior (cerca de um milhão de euros) ao que se verificou em todo o ano passado. Trata-se sobretudo de pensionistas que são fiadores de empréstimos dos filhos e netos, segundo esclarece o presidente da Câmara de Solicitadores, José Carlos Resende.

Está a aumentar o número de pensionistas que são penhorados. Segundo adianta o Jornal de Negócios, que cita números da Câmara de Solicitadores, o valor de pensões da CGA e SS penhoradas já atinge 39,5 milhões de euros, em 2013, o que representa um aumento, comparativamente com o ano passado.

Em 2013, há até ao momento mais um milhão de euros de pensões e reformas penhoradas, em comparação com todo o ano passado. Este valor representa um aumento de 17 pontos percentuais, relativamente à totalidade do ano de 2012.

O presidente da Câmara dos Solicitadores, José Carlos Resende, fala num processo que se agrava. “A prática tem-nos mostrado que a grande parte das pessoas penhoradas decorre do excesso de consumo, mas também muito da pessoa que está a ser fiadora dos filhos e netos em situações complicadas. Esses processos aparecem com cada vez maior frequência. A terceira geração está a socorrer a primeira geração”, esclarece, à Antena 1, o presidente da Câmara dos Solicitadores, José Carlos Resende.

O Jornal de Negócios adianta ainda que os pensionistas penhorados são maioritariamente fiadores de empréstimos dos filhos (vítimas de desemprego), ou outros idosos que não resistiram aos cortes de rendimentos, decorrentes das medidas de austeridade aplicadas. O valor médio penhorado por dia, só em pensões e reformas, atinge 125 mil euros.

Em declarações à Rádio Renascença, o diretor do Gabinete de Orientação dos Consumidores do ISEG, João Calado, revela que a situação está a agravar-se, ano após ano. “Os pais, alguns com certa idade, assumiram perante as instituições financeiras o papel de fiadores e agora estão com dificuldades porque os filhos, ao deixarem de pagar as suas prestações, entram numa situação de incumprimento”, refere.