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Guterres recorda “valiosíssimo contributo” de Freitas do Amaral para a democracia e influência portuguesa

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, expressou hoje pesar pela morte de Diogo Freitas do Amaral, considerando que deixou “uma fortíssima marca” e deu um “valiosíssimo contributo” para a democracia e influência portuguesa.

“Recebi, com profunda tristeza, a notícia da morte do Professor Diogo Feitas do Amaral”, começou por escrever o secretário-geral da ONU numa nota enviada às redações.

António Guterres recordou o percurso político de Freitas do Amaral e o contacto próximo que alimentaram desde o início da democracia em Portugal: “O intenso contacto que mantivemos no Portugal pós-revolução de Abril permitiu-me apreciar, plenamente, o valiosíssimo contributo do Professor Freitas do Amaral para a vida democrática portuguesa e para a nossa integração europeia”.

António Guterres, que em 1995 começava o seu mandato como primeiro-ministro de Portugal quando Diogo Freitas do Amaral presidia à 50.ª sessão da Assembleia Geral da ONU, escreveu que o fundador do partido CDS e ex-ministro “foi um jurista e académico de renome e um político brilhante, totalmente dedicado à causa pública”.

Freitas do Amaral, “viria a deixar uma fortíssima marca como Presidente da Assembleia-Geral das Nações Unidas, valorizando de forma muito significativa a imagem e influência de Portugal como pude, na altura, constatar como Primeiro-Ministro”, escreveu o atual secretário-geral da ONU.

Em conclusão, Guterres deixou “as mais sinceras condolências” à família de Freitas do Amaral, em especial à sua mulher, Maria Salgado, “neste momento doloroso”.

O fundador do CDS e ex-ministro Diogo Freitas do Amaral morreu hoje, aos 78 anos, disse à agência Lusa fonte da família.

Diogo Pinto Freitas do Amaral, professor universitário, nasceu na Póvoa de Varzim em 21 de julho de 1941. Foi líder do CDS, partido que ajudou a fundar em 19 de julho de 1974, vice-primeiro-ministro e ministro em vários governos.

Freitas do Amaral, que estava internado desde 16 de setembro, fez parte de governos da Aliança Democrática (AD), entre 1979 e 1983, e mais tarde do PS, entre 2005 e 2006, após ter saído do CDS em 1992.

No final de junho deste ano, Freitas do Amaral lançou o seu terceiro livro de memórias políticas, intitulado “Mais 35 anos de democracia – um percurso singular”, que abrange o período entre 1982 e 2017, editado pela Bertrand.

Nessa ocasião, em que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro líder do CDS e candidato nas presidenciais de 1986 – que perdeu para Mário Soares – recordou o seu “percurso singular” de intervenção política, afirmando que acentuou valores ora de direita ora de esquerda, face às conjunturas, mas sempre “no quadro amplo” da democracia-cristã.

Líder do CDS, primeiro-ministro interino, ministro em governos à esquerda e à direita, presidente da Assembleia-Geral da ONU, disse em entrevista à agência Lusa quando já se encontrava doente, em junho de 2019, que sofreu “um bocado” com a derrota nas presidenciais de 1986, embora tenha conseguido dar a volta, com “uma carreira de um tipo diferente” e partir para “uma série de pequenas vitórias”.

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