Economia

Gurría diz que Portugal está cercado de problemas e só tem um caminho

angel_gurriaAngel Gurría, secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Europeu (OCDE), diz que Portugal enfrenta problemas de procura externa, mas aponta defeitos relacionados com a “fraca competitividade” da economia nacional.

O único caminho que resta a Portugal é “a consolidação das contas públicas”, de acordo com Angel Gurría, que encontra problemas internos e externos, que vão determinar a recessão, no próximo ano, com previsões da OCDE.

Numa conferência de imprensa em Paria, Gurría considerou que resta a Portugal permanecer na rota da consolidação orçamental, sob pena de sair afetado dos “problemas de competitividade” que o país enfrenta e entrar numa rota recessiva decorrente das medidas de austeridade.

Estas declarações surgem no dia em que a OCDE apresentou perspetivas de recessão mais pessimistas do que o Governo, numa antevisão de 2013. A economia portuguesa vai registar uma quebra de crescimento de 3,2 por cento do PIB, em 2012 e um cenário de recessão em 2013, de 0,9 pontos percentuais.

As más notícias prolongam-se numa antevisão da taxa de desemprego para o próximo ano, que deverá superar a fasquia dos 16 por cento. Em comparação com as perspetivas do Governo, os dados da OCDE são ainda mais pessimistas.

Recorde-se que o executivo previa uma contração da economia em três pontos percentuais, em 2012, e os primeiros sinais de retoma já em 2013, com um crescimento muito ligeiro, de 0,6 por cento do PIB. No entanto, aquela organização aponta que Portugal vai continuar em recessão, no próximo ano – o que vai de encontro a previsões de outras instituições internacionais.

A OCDE antevê ainda que se verifique uma retração do consumo em Portugal (6,8 por cento em 2012 e 3,2 por cento no próximo ano), fruto das condições económicas que o país não pode evitar.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Europeu aconselha o Governo seguir o rumo determinado no memorando de entendimento da troika. “Cumprir as metas oficiais vai exigir medidas de consolidação orçamental para lá das previstas no programa” da “troika”, sustenta um relatório.

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