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Guardou o pai morto em casa por seis meses para ficar com a pensão dele

Uma mulher das Caldas da Rainha é suspeita de ter guardado o cadáver do pai, durante pelo menos seis meses, para ficar com os 1167 euros da pensão dele. Vai responder por profanação de cadáver, burla tributária e burla informática.

O caso, no entender do Ministério Público, há cerca de cinco anos.

Um homem, de 87 anos, terá morrido em casa “em data não apurada”, segundo o despacho de acusação, mas estimada entre o final de dezembro de 2015 e o início de janeiro de 2016.

Com a vítima vivia, desde o final de 2015, uma filha.

Em meados de 2017, uma neta da vítima, sobrinha da agora suspeita, estranhou a falta de respostas do avô e os sinais de abandono do carro dele, tendo alertado as autoridades.

A 17 de junho de 2016, uma participação da PSP referia a descoberta de um cadáver na casa do homem, em avançado estado de decomposição.

Sem indícios de crime, o caso foi arquivado.

No entanto, a filha terá continuado a depositar os 1167,20 euros da pensão de aposentação do pai, usando depois a conta bancária dele para pagar várias despesas.

Segundo o Ministério Público, a arguida terá vivido pelo menos seis meses com o pai morto, para se aproveitar do dinheiro.

O corpo do homem estava coberto com “café e chocolate em pó”, refere ainda o despacho de acusação.

A mulher sofre de psicose esquizofrénica paranóide crónica, “caracterizando-se por apresentar um pensamento totalmente centrado numa temática paranóide confusa e abrangente, agravada pela presença de alucinações auditivas e com total ausência de crítica para a sua situação clínica e para a necessidade de tratamento”, que havia recusado.

Foi considerada “perigosa, estando demonstrado tal perigosidade pelo risco elevado no cometimento de factos semelhantes aos dos autos, considerando a patologia que padece e, pela dependência da mesma do cumprimento de medidas terapêuticas adequadas que não são aplicadas de ‘motu’ próprio pela mesma”, pelo que lhe foi aplicada a medida de “segurança de internamento por força”.

Começa a ser julgada a 19 de setembro, no Tribunal de Leiria, respondendo pelos crimes de profanação do cadáver do pai, burla tributária e burla informática.

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