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Guaidó vai “fazer os possíveis” para salvaguardar comunidade portuguesa na Venezuela

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou que vai “fazer os possíveis para salvaguardar” a comunidade portuguesa nos país, salientando que só uma mudança de regime pode garantir a segurança.

Em entrevista à RTP, divulgada hoje, Juan Guaidó disse que só uma mudança de regime pode garantir a segurança da comunidade portuguesa de cerca de 300 mil na Venezuela.

“Estamos a fazer todos os possíveis, não só para salvaguardar a comunidade portuguesa na Venezuela, que é para nós importantíssima e trouxe um grande desenvolvimento ao nosso país, à nossa indústria, ao nosso comércio, mas também a italiana, também a espanhola e também os venezuelanos que hoje estão a ser perseguidos: os nossos aborígenes, indígenas, no sul, que estão a ser torturados para serem integrados em grupos irregulares”, salientou.

Juan Guaidó lembrou que a “situação na Venezuela é muito crítica e a questão humanitária muito grave”.

“Na Venezuela houve 700 mil mortos em 15 anos. Caracas é a capital mais violenta do mundo. […]. Imagine a soberba que alguém tem de ter para ameaçar, de uma forma xenófoba, um setor da população, quando um país legítimo reconhece a nossa Constituição, o nosso respeito pelos direitos humanos”, disse.

Na entrevista, Juan Guaidó admitiu que a realização de eleições verdadeiramente livres na Venezuela pode demorar entre cinco a 12 meses, mas não revelou se será candidato.

“Uma vez que termine a usurpação, haverá a inscrição de novos eleitores e as auditorias pertinentes, a criação de um novo conselho eleitoral, o que pode ser entre cinco a 12 meses, ou seis a nove meses, dependendo da celeridade com que consigamos a estabilidade do país e ajuda humanitária”, adiantou.

Quando questionado sobre se vai ser candidato às eleições presidenciais, Juan Guaidó disse que ainda é prematura fazê-lo neste momento.

“Para mim é inadequado, porque o meu objetivo, o meu papel, é dar condições como presidente interino. É dar condições para que isso aconteça, por isso, creio que seria extemporâneo e irresponsável”, disse.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconhece Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já 40 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

Lusa

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