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Guaidó diz que regime não é de esquerda mas de “assassinos” que massacram venezuelanos

O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, acusou hoje o regime de Nicolás Maduro de não ser de “esquerda” mas de “assassinos” que massacram os venezuelanos.

“Qual governo de esquerda, quando não há liberdades sindicais, quando atacam os indígenas? (…) Isto não tem nada a ver com a esquerda, nem com a direita, simplesmente são uns assassinos que massacram o nosso povo”, acusou.

Juan Guaidó falava para milhares de simpatizantes que se concentraram na Praça Alfredo Sadel de Las Mercedes (leste de Caracas), à espera do regresso do líder da oposição de um périplo pela Colômbia, Brasil, Paraguai e Brasil.

“O regime ofereceu a sua pior cara. Usou a sua última linha de defesa, os coletivos (grupos armados afetos ao regime) e presos armados, para massacrar os indígenas”, frisou.

Juan Guaidó fazia alusão aos acontecimentos ocorridos a 23 de fevereiro na fronteira da Venezuela com o Brasil em que quatro pessoas foram mortas, segundo a imprensa local, por defenderem a entrada de ajuda humanitária internacional no país.

Por outro lado, Guaidó insistiu que os venezuelanos devem manter-se mobilizados nas ruas para conseguir o “fim da usurpação, um governo de transição e eleições livres no país”, recordando que a 23 de janeiro jurou assumir as competências do poder executivo no país, para “selar a transição”.

Segundo Guaidó, há dois elementos importantes para conseguir esses objetivos, “a união de todos, não somente do parlamento, mas também dos partidos, dos estudantes jovens (…) mulheres e sindicatos”.

“Da Igreja católica, porque Deus está connosco. Todas as igrejas”, frisou.

O segundo elemento, afirmou, é manter a mobilização nas ruas, para garantir a transição.

Juan Guaidó abordou o “bem sucedido périplo” que fez pela América do Sul e agradeceu à Colômbia, Brasil, Equador, Paraguai, Peru e Honduras pelo apoio recebido, sublinhando que “o mundo apoia esta luta libertadora”

Segundo Juan Guaido, a oposição hoje está “muito mais forte que nunca” e “não será através da perseguição e da ameaça” que será detida.

O autoproclamado Presidente interino da Venezuela frisou ainda que a oposição continuará “a insistir para a entrada da ajuda humanitária” internacional no país e anunciou que terça-feira se reunirá com representantes dos sindicatos.

No próximo sábado, acrescentou, “toda a Venezuela voltará às ruas em busca de liberdade”.

No passado dia 23 de fevereiro, pelo menos quatro pessoas morreram e centenas ficaram feridas em confrontos ocorridos nas zonas de fronteira da Venezuela com a Colômbia e o Brasil, quando militares e polícias impediram a entrada de ajuda humanitária internacional.

O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, chegou hoje à tarde ao aeroporto internacional de Caracas, onde foi recebido por uma multidão composta por apoiantes e embaixadores de vários países europeus e latino-americanos, segundo imagens transmitidas em direto.

Entre os embaixadores europeus estava o de Portugal, Carlos Nuno Almeida de Sousa Amaro, confirmaram fontes diplomáticas à agência Lusa.

Guaidó, reconhecido Presidente interino venezuelano por cerca de 50 países, regressou à Venezuela após um périplo de uma semana por vários países daquela região e sob a ameaça de ser detido pelas forças de seguranças venezuelanas.

O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (STJ) proibiu, em finais de janeiro, o autoproclamado Presidente interino venezuelano de sair do país.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

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