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Grupo de lesados do BES diz-se “enganado e traído”

O Grupo de Lesados do Novo Banco manifestou-se hoje, em Lisboa, em frente ao Palácio de Belém, contra a solução alcançada pela Associação dos Enganados e Indignados do Papel Comercial (AIEPC), dizendo-se “enganados e traídos”.

Em declarações à agência Lusa, António Silva, um dos membros deste grupo de lesados do papel comercial vendido pelo antigo Banco Espírito Santo (BES), explicou que a AIEPC e as instituições financeiras “esqueceram as provisões” no acordo alcançado.

“A associação comprometeu-se a defender todos por igual, mas não o fez, porque arranjaram uma solução que pode ir até aos 50 por cento e até 75 por cento quando estava garantido, nas provisões, que nos pagavam na íntegra, como disse a CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários]”, acrescentou o responsável do Grupo de Lesados do Novo Banco.

Segundo António Silva, a associação também “violou o que está nos estatutos porque deviam ter posto processos coletivos, não era processos individuais”.

“Meteram um advogado para arranjar processos individuais e isso teve custas enormes a cada lesado”, acusou, falando em comissões para advogados que chegam aos 13 mil euros por pessoa.

Por tudo isto, “sentimo-nos enganados e traídos, porque andámos a ser enganados pelo banco logo na altura da subscrição”, mas também pela AIEPC, que “escondia informação”, lamentou António Silva.

O responsável falou ainda numa carta enviada pelo gabinete do primeiro-ministro, António Costa, a este grupo de lesados, na qual se refere que “não houve propostas nem contrapropostas” da AIEPC durante o processo negocial.

“A nossa pergunta é o que é que andaram a fazer [a AIEPC] durante quatro anos em que passavam para a comunicação social que estavam a negociar”, questionou o responsável, considerando que esta associação “não esteve a fazer nada” neste processo.

No final de junho, foi pago aos cerca de 2.000 lesados do papel comercial vendido pelo BES, pelo fundo de recuperação de créditos, a primeira parcela das indemnizações que visam compensar parcialmente as suas perdas.

Contudo, a solução encontrada (entre a associação de lesados, Governo, CMVM, Banco de Portugal) prevê apenas o pagamento de 75 por cento das aplicações até 500 mil euros (com limite de 250 mil euros) e de 50 por cento para valores acima de 500 mil euros.

Por isso, estes lesados continuam a exigir a devolução na totalidade dos montantes que perderam, já que, segundo alegam, de início foi-lhes dito que o Novo Banco tinha ficado com uma provisão do BES nesse sentido, razão pela qual já fizeram várias manifestações este ano.

De acordo com António Silva, a ação de hoje visou ainda, através de um abaixo-assinado entregue no Palácio de Belém, “apelar ao Presidente da República para anular os contratos ou fazer a reversão da provisão, porque os contratos que fizeram [no banco] foram uma burla”.

Nesta situação estão também milhares de emigrantes que investiram no BES e que se dizem enganados pela Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP), representativa de emigrantes lesados do BES.

Vindo de França, o emigrante Fernando Silva afirmou à Lusa que “essa associação [a AMELP] não tem feito nada”.

“Eles andam em negociações, mas o nosso dinheiro não é negociável com ninguém, isto não é como vender um tapete ou um apartamento”, vincou, salientando que estes emigrantes não querem “nem 50 por cento, nem 70 por cento, nem 99 por cento”, mas sim “a totalidade do dinheiro” que investiram”.

O BES, tal como era conhecido, acabou em agosto de 2014, deixando milhares de pessoas lesadas devido a investimentos feitos no banco ou em empresas do Grupo Espírito Santo.

Lusa

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Lusa
Etiquetas: homeLesados do BES

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