Várias transportadoras do grupo Barraqueiro vão estar em grave no dia 28 deste mês. Os trabalhadores exigem um aumento do salário, a administração lembra que pratica valores “acima da média do setor”.
José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), adiantou que ainda não se sabe quantas empresas do grupo vão ser afetadas pela paralisação.
“Neste momento estão a realizar-se vários plenários nos diversos núcleos e empresas da Barraqueiro e aí é que se decide a adesão ou não à greve”, justificou, em declarações à Lusa.
Melhorias salariais e respeito pela contratação coletiva são as principais reivindicações, numa altura em que, segundo explicou o coordenador da Fectrans, se discute o estabelecimento de um salário mínimo no setor.
José Manuel Oliveira referiu que atualmente o salário médio nas empresas do grupo é de 640 euros e que o objetivo passa por vir a estabelecer no futuro um salário mínimo superior a 700 euros.
“Estes salários são baixos até comparativamente com aquilo que é o salário mínimo nacional e a discussão que está a ser feita com os trabalhadores é a de que nós precisamos de elevar significativamente os salários. No imediato, numa primeira fase, a meta é a dos 700 euros e depois que haja uma evolução que permita aumentar a diferença para o salário mínimo”, atestou.
Relativamente ao contrato coletivo de trabalho, o sindicalista acusou a Barraqueiro de estar a substituir este tipo de vínculos por contratos individuais.
Em resposta à Lusa, a administração do grupo declarou-se “incrédula” com a decisão do sindicato.
“Tivemos conhecimento do pré-aviso e achamos estranho, dado o bom clima social que existe em todos as empresas do grupo e pelo facto de termos estado em negociações com o sindicato”, afirmou Luís Cabaço Martins, membro do conselho de administração do grupo e presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários (ANTROP).
Luís Cabaço Martins referiu que em março a ANTROP tinha estabelecido um acordo com a Fectrans para uma atualização salarial de 1,5 por cento (para cerca de 654 euros) sendo que, posteriormente, a Barraqueiro decidiu que essa atualização seria superior a dois por cento.
“Procedemos a aumentos acima do que foi acordado com os sindicatos. A análise histórica mostra que o salário dos trabalhadores do grupo Barraqueiro está entre 8 a 10% acima da média salarial do setor”, argumentou.
O administrador da Barraqueiro manifestou-se tranquilo quanto aos eventuais impactos da paralisação, não acreditando que a greve venha a ter “efeitos significativos”.
“Estamos tranquilos porque as empresas sempre agiram de boa-fé. Não esperamos que a greve tenha um impacto positivo porque temos a convicção de que os trabalhadores saberão interpretar aquilo que tem sido a postura da Barraqueiro”, concluiu.
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