“Greve geral não está excluída”, avisa a CGTP
Arménio Carlos, que já tinha prometido “um ano quentinho” para 2019, avisa o Governo de que a CGTP não descarta marcar uma greve geral.
Em nova entrevista, agora ao Eco, o sindicalista salientou que a hipótese da CGTP convocar uma greve geral se mantém em cima da mesa num ano com duas eleições (Europeias a 26 de maio e Legislativas a 6 de outubro, para além das regionais da Madeira).
“Os trabalhadores continuam a não ser tratados com o respeito que merecem”, salientou o secretário-geral da confederação sindical.
“É isto que leva a esta contestação e que, tudo indica, poderá acentuar-se nos próximos tempos”, continuou Arménio Carlos.
E ficou o aviso: “A greve geral não está excluída”.
“Agora, nós ainda não a discutimos”, admitiu de seguida.
“Estamos numa fase na qual ainda consideramos que é possível e desejável encontrar pela via da negociação a resposta para os problemas. Daí a pressão que se tem acentuado nos últimos anos e, simultaneamente, aquela que se vai verificar nos tempos que se avizinham”, explicou.
O sindicalista lembrou que “mais de 600 mil trabalhadores não vão ter qualquer atualização dos salários” e que muitas carreiras continuam com as progressões congeladas.
Referindo-se ao memorando da troika para a legislação de trabalho em Portugal, Arménio Carlos indicou que a criação de 340 mil postos de trabalho não compensou o emprego destruído.
“Quando o acordo foi implementado, nomeadamente transpondo o memorando da troika, o que tivemos foi 530 mil desempregos, 500 mil pessoas… O que essa legislação trouxe foi 500 mil desempregados, 500 mil pessoas que emigraram”, argumentou.
“Foi uma recessão sem precedentes e uma redução significativa dos rendimentos”, concluiu o líder da CGTP.