Em entrevista ao jornal francês Le Monde, o primeiro-ministro grego afirmou que uma eventual saída da Grécia da zona euro acarretaria uma queda de 70 por cento no nível de vida dos gregos.
O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, afirmou que a saída (forçada) da moeda única seria “devastadora” para a Grécia, porquanto levaria a uma quebra de 70 por cento no nível de vida do povo grego – o qual, desde o início da cise, já sofreu uma diminuição de 35 por cento, resultante da conjugação da inflação com a desvalorização da moeda.
“Nenhuma sociedade pode suportar um choque como esse. Nenhuma democracia pode sobreviver”, alerta Samaras.
E acrescenta que não só as convulsões sociais decorrentes desta situação – combinadas com a instabilidade que vive o Médio Oriente – se poderiam tornar “um pesadelo geopolítico que extrapolaria as fronteiras gregas”, mas também que a reação dos mercados financeiros empurraria os outros países europeus mais debilitados, originando o chamado “efeito dominó”.
“Se nós fazemos tudo para continuar com o Euro e formos abandonados pelos nossos parceiros, isso seria dramático para o sentido de solidariedade que carateriza a nossa União Europeia. Opondo-me à ‘Grexit’ [«Greece exit», saída da Grécia], eu não protejo apenas o meu país, eu defendo a nossa União e os nossos valores”, remata o primeiro-ministro grego.