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Graham Mitchell, o britânico acusado de matar um homem que nunca morreu

Justiça portuguesa emite mandato de detenção europeu para chamar aos tribunais Graham Mitchell, que há 17 anos fora ilibado em Portugal do crime de tentativa de homicídio, num caso que envolve um alemão paralisado após uma queda. Este britânico arrisca agora um novo julgamento, por homicídio qualificado de um homem que nunca morreu.

Em 1994, este britânico sentou-se no banco dos réus, juntamente com um amigo, num caso que envolve um alemão, Andre Jorling, que caiu de uma arriba no Algarve e acabou parcialmente paralisado.

Suspeitou-se de que Graham Mitchell e Warren Tozer (ambos de férias no Algarve) fossem os responsáveis pela queda, mas a Justiça portuguesa não condenou ninguém, no julgamento que decorreu em 1995 e que tentava apurar se houve o crime de tentativa de homicídio.

Depois de ilibados, os dois ingleses recuperaram os passaportes e voltaram para o Reino Unido, onde vivem. Graham Mitchell, atualmente com 49 anos de idade, reside em Canterbury. E foi em sua casa que recebeu a mais estranha carta da sua vida.

Há poucos dias, recebe a visita da polícia britânica, que lhe comunica a existência de um mandado de detenção europeu, em seu nome. Motivo: homicídio qualificado. Graham Mitchell é acusado de matar um homem que está vivo. Não encontra razões para este mandado. Exceto um eventual lapso ou erro de tradução no mandado.

Certo é que os tribunais portugueses querem que Mitchell seja devolvido à Justiça portuguesa, para um novo julgamento, quase duas décadas após o fatídico caso que deixou um homem numa cadeira de rodas, mas sem condenações.

O estranho caso ganha contornos de insólito, porque a Justiça portuguesa não apresenta quaisquer provas, segundo adianta a BBC, ou desenvolvimentos neste alegado crime que – segundo os tribunais lusos – Graham Mitchell não cometeu.

Independentemente de se tratar de um erro ou não, este britânico diz-se “aterrorizado” pelo facto de a história renascer das cinzas. E recorda tempos “infernais” que viveu nas prisões portuguesas, pelo que teme reviver o passado.

Depois deste mandado, Graham Mitchell está em liberdade sob fiança e está obrigado a apresentar-se periodicamente nas autoridades. Dentro de alguns dias, será ouvido pelo Tribunal de Westminster.Já Warren Tozer, o outro suspeito, não foi contactado pelas autoridades portuguesas, que reabrem um caso que estava no pó dos arquivos.

Provavelmente na Alemanha, o cidadão Andre Jorling arrisca-se a assistir ao julgamento dos seus homicidas…

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