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Graça Machel diz que é única capaz de “aconselhar” filho do primeiro Presidente de Moçambique

A ativista moçambicana Graça Machel disse hoje que é a única capaz de “aconselhar” Samora Machel Júnior na sua candidatura independente para presidente do município de Maputo, após ter sido rejeitado nas eleições internas da Frelimo, partido no poder.

“Eu estou aqui como cidadã, estou aqui como membro da Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique], mas eu sou mãe. Eu tenho umbigo”, afirmou à imprensa Graça Machel, a madrasta de Samora Machel Júnior, filho do primeiro presidente de Moçambique, Samora Machel, que morreu em 1986 num acidente aéreo.

Samora Machel Júnior, conhecido popularmente como Samito, será candidato a presidente do município de Maputo pela Associação Juvenil para o Desenvolvimento de Moçambique (Ajudem), um grupo da sociedade civil, depois de ter sido rejeitado nas eleições internas da Frelimo, partido no poder.

Samora Machel Júnior nasceu do casamento entre Samora e Josina Machel, ainda no tempo da luta de libertação nacional. Josina Machel morreu em 1971, tendo Samora Machel casado com Graça Machel.

“As pessoas esquecem que Samora e Josina não estão aqui. Sou a única pessoa capaz de estar ao lado do Samito, aconselhá-lo e acompanhá-lo. Sou eu: a mãe e pai dele”, frisou Graça Machel, acrescentando que Samora Machel Júnior é adulto e sabe o que faz.

O filho de Samora Machel viu a sua candidatura nas eleições internas para autarca de Maputo pelo partido no poder em Moçambique desde a independência ser rejeitada por razões até agora desconhecidas.

O político recorreu à Comissão Política da Frelimo, mas o órgão nunca se pronunciou e o processo encerrou com a eleição de Eneas Comiche para candidato do partido no poder a autarca da capital.

Samora Machel foi o primeiro Presidente moçambicano pós-independência, entre 1975 e 1986, ano da sua morte.

As eleições autárquicas vão realizar-se em 53 municípios de Moçambique e serão as quintas na história do país, depois da realização das primeiras do género em 1998, no âmbito da introdução da municipalização.

Este processo tem a particularidade de ser o primeiro de um novo modelo que resulta das alterações da Constituição.

Os líderes das autarquias vão passar a ser escolhidos a partir da lista mais votada para a assembleia municipal, deixando de ser sufragados diretamente em boletim de voto próprio, como se verificava desde as primeiras eleições autárquicas.

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