Economia

“Governo responde ao tsunami de despedimentos com botes de borracha”, diz o BE

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, garantiu que o partido não vai viabilizar um orçamento que prevê responder “ao tsunami de despedimentos e problemas na saúde” com “botes de borracha”.

Em entrevista à Antena 1, a dirigente bloquista explicou que a proposta de Orçamento de Estado para 2021 (OE2021), que o Governo vai agora entregar à Assembleia da República, não dá resposta aos problemas da crise gerada pela pandemia de covid-19.

“O que o Governo está a propor é que a gente responda a um tsunami de despedimentos e problemas de saúde com botes de borracha”, comparou Catarina Martins.

O OE2021 é, para o BE, um conjunto de “muitas medidas” com “pouco compromisso concreto”.

“O orçamento exige muito mais e o Bloco de Esquerda não está disponível para aceitar anúncios de medidas que não estejam calendarizadas e cuja repercussão na vida das pessoas não seja real”, frisou.

A dirigente bloquista insistiu que o partido não vai “assinar de cruz” só porque o Governo faz “chantagem política” ao ameaçar com uma crise política no caso da proposta ser chumbada pelo parlamento.

“Temos uma crise extraordinária a que temos de responder e que exige coragem e ao mesmo tempo temos um contexto de difícil entendimento à esquerda porque o PS não cumpriu o que foi acordado e votado tanto em orçamentos para 2019 como para 2020, nomeadamente em áreas fundamentais de resposta à pandemia como a saúde e a proteção social”, justificou.

Catarina Martins acusou ainda o executivo de António Costa de, ao contrário do que vinha a fazer, ter fechado a proposta de OE2021 “sem fazer uma reunião final de negociação” com os partidos à esquerda, “para tentar ver se existia acordo”.

“É uma escolha do Governo, legítima, mas com certeza o Governo não espera do Bloco de Esquerda a viabilização de um orçamento que não foi negociado”, finalizou.

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