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Governo pondera responsabilizar EDP pelo incêndio de Pedrógão

O Governo estuda a hipótese de responsabilizar a EDP pelo incêndio de Pedrógão Grande, depois dos relatórios encomendados pelo Parlamento e Ministério da Administração Interna concluírem pela falta de limpeza em dois locais de ignição.

Esses locais onde o fogo começou, separados por quatro quilómetros, encontravam-se por baixo de linhas elétricas de média tensão. De acordo com a TSF, há fotografias que comprovam a falta de limpeza.

“O ponto de ignição situa-se num troço da linha de média tensão que, numa extensão de 500 metros, estava desprovido de faixa de proteção”, refere o relatório da comissão técnica independente.

Os autores desse relatório compararam ainda as teses da Polícia Judiciária e Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA): a PJ concluiu por “incêndio de causa acidental que tem como origem primária a incidência de um raio em linha de média tensão”, o que foi “corroborado por engenheiros da EDP”, mas negado na prática pelo IPMA, que definiu a probabilidade de ocorrência de um raio naquele local e àquela hora como sendo de apenas cinco por cento.

Embora sem concretizarem a falta de limpeza, os peritos referem que “não existem evidências de gestão de combustível (mesmo que só superficial) no troço de 500 metros sob a linha de média tensão que inclui o ponto de início” do fogo em Escalos Fundeiros, o que seria da “responsabilidade da EDP, tal como atestado nas visitas ao local”.

Vários juristas contactados pela TSF admitem que, se for provada a falta de limpeza, o Governo poderá responsabilizar a EDP pelo incêndio de Pedrógão Grande.

A empresa negou a acusação, salienta ainda a rádio, e garantiu ter uma inspeção a provar uma limpeza feita dois meses antes do incêndio.

Veja a imagem 114 do relatório da comissão técnica independente:

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