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Governo ‘oculta’ desempregados da estatística com formação e estágios das empresas

desemprego2O Governo está a ‘esconder’ desempregados das estatísticas, através da ações de formação do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e dos estágios que as empresas promovem. Assim, o Governo está a remover da estatística cerca de 162 mil desempregados, sendo que a taxa de desemprego, atualmente nos 15,1 por cento, subiria para um valor real de 18,2 por cento, segundo um estudo do economista Eugénio Rosa.

“Os desempregados que estejam em Contratos Emprego Inserção e Contratos Emprego Inserção promovidos pelo IEFP são considerados como empregados. Os estagiários são também considerados como empregados (talvez seja por isso que o Governo pretende diminuir o período de estágio de 12 meses para 9 meses, pois assim aumenta o seu número”, salienta o economista Eugénio Rosa, no mais recente estudo sobre desemprego.

Por outro lado, destaca, “os desempregados que estejam em ações de formação profissional são considerados como desempregados ou inativos, consoante o cumprimento dos critérios associados a cada conceito (por exemplo, se não tiverem procurado emprego no período de referência do inquérito, ou não estiverem disponíveis para começar a trabalhar imediatamente não são considerados desempregados)”.

Desta forma, “transformam-se desempregados em empregados, ou desempregados deixam de ser considerados desempregados. E assim se reduz o desemprego oficial”, conclui o economista, no seu estudo.

Entre janeiro de 2013 e abril de 2014, “o número de desempregados na situação de ‘ocupados’ passou de “78 679 para 169 408”. Em valor absoluto cresceu em 90 729, e em percentagem subiu 115,3 por cento.

“Assim, se se excluir dos números oficiais de desemprego os desempregados que estão na situação de ‘ocupados’, e aumentando o número destes, consegue-se baixar artificialmente o desemprego oficial”, destaca o economista.

Estima-se, de acordo com o estudo de Eugénio Rosa, que cerca de 162 mil desempregados estejam a ser escondidos das estatísticas oficiais. E a taxa real de desemprego deverá ser de 18,23 por cento, em vez dos 15,1 por cento oficiais.

Veja o estudo.

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