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Governo húngaro confirma pedido de asilo de ex-PM da Macedónia em fuga

O Governo húngaro confirmou hoje ter recebido um pedido de asilo do ex-primeiro-ministro macedónio Nikola Gruevski, em fuga desde segunda-feira após uma condenação a dois anos de prisão no seu país por abuso de poder.

“Nikola Gruevski apresentou um pedido de asilo às autoridades húngaras competentes”, indicou em comunicado o gabinete do primeiro-ministro Viktor Orban, sublinhando que o pedido foi formulado “na sede do Gabinete de imigração e de asilo em Budapeste”.

Gruevski, 48 anos, tinha anunciado terça-feira a sua fuga para a Hungria e um pedido de “asilo político”, informação que Budapeste ainda não tinha comentado.

“Nos últimos dias recebi numerosas ameaças de morte. Agora estou em Budapeste e pedi asilo político às autoridades húngaras”, escreveu na sua conta na rede social Facebook.

Na segunda-feira a justiça macedónia emitiu um mandado de captura contra o antigo dirigente da direita macedónia, que não se apresentou para cumprir uma pena de prisão efetiva pronunciada em outubro.

Hoje, o primeiro-ministro macedónio, o social-democrata Zoran Zaev, exortou a Hungria para não fornecer “refúgio aos criminosos” e “respeitar a prática internacional”, recusando acolher uma pessoa condenada num Estado de direito e alvo de um mandado de captura internacional.

“A Macedónia é um parceiro estratégico e um aliado importante da Hungria”, revelou o Governo húngaro em comunicado, assegurando pretender examinar o pedido de Gruevski “exclusivamente na perspetiva jurídica” e em conformidade com a legislação em vigor.

A oposição húngara aproveitou por ironizar o pedido de asilo na Hungria de Gruevski, considerado próximo de Viktor Orban, e quando o dirigente nacionalista e conservador húngaro restringiu drasticamente o direito de asilo no seu país, suscitando as críticas do Parlamento europeu e de organizações não-governamentais.

Gruevski esteve no poder em Skopje entre 2006 e 2016. Foi condenado por ter recebido para pessoal um Mercedes no valor de 600.000 euros, que segundo a ata de acusação foi pago com dinheiros públicos.

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