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Governo guineense abre ano letivo, sob ameaças de novas greves dos professores

O ministro da Educação da Guiné-Bissau, Dautarim da Costa, abriu hoje formalmente o ano letivo, numa altura em que pairam no ar novas ameaças de greves dos professores.

Tendo como lema um ano letivo “por uma educação inclusiva e de qualidade”, Dautarim da Costa disse ser fundamental que as escolas públicas não voltem a ser paralisadas com greves dos professores, como ocorreu no ano anterior, cujas aulas ainda vão decorrer até dezembro.

Oficialmente, Dautarim da Costa abriu o ano letivo 2019/2020 – para decorrer até julho – e ao mesmo tempo declarou o reinício das aulas para cerca de 29 por cento da totalidade de alunos das escolas públicas, cujas escolas foram afetadas no ano letivo de 2018/2019.

Sucessivas greves de professores impediram que esse grupo de alunos continuasse a ter aulas e desta forma não puderam concluir o processo de aprendizagem dos conteúdos programados, pelo que terão aulas até dezembro.

O ministro da Educação afirmou à Lusa ter conhecimento “de algum boato” sobre a possibilidade de os professores decretarem novas greves, mas exortou-os a falarem com o ministério, que estará pronto para atender todas as reivindicações, pois a meta é estabilizar o sistema educativo na Guiné-Bissau.

Uma fonte sindical disse à Lusa que, “para já”, os professores apenas entregaram ao Ministério da Educação um caderno reivindicativo com 18 pontos, entre os quais a aplicação efetiva do Estatuto de Carreira Docente, pagamento de salários atrasados a várias categorias de docentes e melhoria de condições de vida.

A mesma fonte admitiu à Lusa a possibilidade de os sindicatos decretarem uma greve nos próximos tempos.

Dautarim da Costa defendeu ter chegado a altura de o Ministério da Educação deixar de ser “mero gestor das greves” dos professores, para passar a liderar e ser a entidade que quer dar estabilidade ao sistema, buscando a qualidade de forma inclusiva.

“Estamos numa situação de emergência nacional, as crianças precisam de educação. Estamos numa fase da vida do país em que é preciso sacralizar a escola e a sala de aula”, sublinhou o governante.

O ministro apontou que, na Guiné-Bissau, existem aproximadamente 500 mil alunos, 75 por cento dos quais em escolas públicas.

Para o presente ano letivo, o governante quer incluir e passar a quantificar no sistema educativo formal os alunos que frequentam as escolas vocacionais das confissões religiosas, nomeadamente as do ensino islâmico, daí o sentido de inclusão do lema delineado.

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